AIS Portugal alerta para agravamento da liberdade religiosa no mundo
Domingos Pinto – Lisboa
O relatório da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) analisa a situação da liberdade religiosa em 196 países, entre junho de 2016 e junho de 2018, e conclui que 75% das perseguições religiosas foram contra cristãos, e a situação dos grupos religiosos minoritários deteriorou-se em 18 dos 38 países onde há violações significativas da liberdade religiosa.
É apontado um "declínio especialmente acentuado" na China e na Rússia, e noutros países como a Coreia do Norte, Arábia Saudita, Iémen e Eritreia o relatório considera que a "situação já era tão má que dificilmente poderia piorar". Na Rússia e no Quirguistão, a situação "agravou-se a tal ponto" que entraram, pela primeira vez, para a categoria “Discriminação”.
Violação de mulheres e crianças
“O panorama geral é, infelizmente, negativo, e os pontos positivos que nós contactamos no relatório é a situação do Iraque e da Síria que mudou relativamente à situação analisada em 2016”, diz à VATICAN NEWS Catarina Martins Bettencourt, responsável pela AIS em Portugal que denuncia ainda a violação de mulheres e crianças como “uma arma de guerra utilizada por muitos grupos radicais”.
Ainda na apresentação deste relatório da AIS em Lisboa, o historiador Jaime Nogueira Pinto alertou para “a instrumentalização politica da religião”, considerando que é importante “não cair na armadilha de uma guerra de religiões”.
Na mesma linha as declarações aos jornalistas do Presidente da Comissão da Liberdade Religiosa em Portugal que considera que “na Europa não há problemas graves de perseguição religiosa, mas o que há é um terrorismo de ideologia religiosa”.
Para Vera Jardim, que reafirma “uma enorme admiração” pelo Papa Francisco, “as religiões são usadas também para impor o poder, e o poder serve-se das religiões, ou seja, a religião transformada em ideologia da perseguição”.
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