Festa pelos 193 anos de independência, ocasião para diálogo no país, diz bispo boliviano
Cidade do Vaticano
Na próxima segunda-feira, 6 de agosto, terá lugar na cidade de Potosi a cerimônia oficial dos festejos do 193° aniversário de independência da Bolívia. Faltando seis meses para as eleições presidenciais de 2019, o clima é de tensão e há o temor de que em meio aos festejos possam ocorrer atos de violência.
O presidente da Conferência Episcopal Boliviana, o arcebispo de Potosi Dom Ricardo Centellas, enfatizou em entrevista à emissora “Iglesia Viva”, da Igreja boliviana, que “a festa de 6 de agosto é uma ocasião para reafirmar a unidade” do país, que sempre pode ser vivenciada por aqueles que vivem na Bolívia.
“Esta unidade – afirmou – nos permite caminhar juntos”. Certamente o tema do referendum “é muito delicado” – ponderou - porque todos sabem que “foi verificada uma vitória, mas a margem foi muito pequena,” e tal resultado por consequência, justifica o fato de que há “quem tome uma posição e quem assuma uma diferente”.
Espírito de diálogo
Mas a coisa fundamental – insistiu o presidente do episcopado boliviano – “é que reine o espírito de diálogo. Todos temos o direito de reclamar aquilo que é justo e constitucional, mas não é motivo para dar vida a confrontos e para gerar violência”.
Dom Centellas, que nos últimos meses tem repetidamente exortado o presidente Morales a respeitar o resultado do referendum, reiterou que a próxima festa nacional é "uma ocasião para encontrar espaços de diálogo e para mostrar que realmente na Bolívia tem que se respeitar a Constituição."
Unidade
"Uma sociedade não é construída sobre quem tem mais poder, mas sobre o estado de direito", recordou ainda o prelado, convencido de que é correto expressar a própria ideia, "mas sem recorrer à violência".
Dom Centellas dirigiu por fim um apelo a todos os cidadãos da Bolívia: "Semeemos unidade e não divisão".
Nova candidatura de Morales
O presidente Evo Morales pretende concorrer à reeleição, não obstante no referendum de 21 de fevereiro de 2016 a maioria dos cidadãos – ainda que por uma pequena margem: 51,3% contra 48,7% - tenha se manifestado contra uma quarta candidatura do atual Chefe de Estado, no cargo desde janeiro de 2016.
Segundo a Corte Constitucional do país andino, que expressou-se em mérito à questão em novembro de 2017 – a norma que impede ao presidente de ser reeleito mais de duas vezes “viola os direitos políticos" de Morales. (Com L’Osservatore Romano)
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp