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±·¾±³¦²¹°ùá²µ³Ü²¹: igreja cercada e fiéis intimidados por policiais e paramilitares

Na ±·¾±³¦²¹°ùá²µ³Ü²¹ 309 pessoas já morreram desde o início dos protestos contra o governo em abril. Há denúncias da existência de centros ilegais de detenção administrados por grupos paramilitares.

Cidade do Vaticano

Policiais e grupos paramilitares cercaram uma paróquia no município de La Trinidad, no norte da Nicarágua, provocando um confronto com manifestantes que haviam bloqueado uma rua.

"Dizem-me que a igreja paroquial de La Candelaria, no município de La Trinidad, Departamento de Estelí, está cercada por membros da polícia nacional por grupos de paramilitares, causando medo entre sacerdotes e fiéis que estão dentro", confirmou no Twitter, o cardeal Leopoldo José Brenes Solórzano, bispo da Arquidiocese de Manágua.  Dom Brenes pediu à "polícia para suspender a ação para que os fiéis pudessem voltar para suas casas".

Condeno a "agressão em Estelí contra jornalistas da TV Merced da Diocese de Matagalpa, que tiveram roubadas suas câmeras e foram impedidos de trabalhar. Um ataque intolerável contra a liberdade de imprensa", denunciou por sua vez o bispo Silvio José Báez, auxiliar da Diocese de Manágua, no Twitter.

Um grupo de especialistas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) começou a investigar as violências que vem agitando a Nicarágua desde abril, e que já provocaram centenas de mortes. A missão terá uma duração de seis meses, que podem ser renovados, e é responsável por investigar a violência contra os manifestantes e avaliar eventuais ressarcimentos às vítimas. "Nosso compromisso é com as vítimas, sejam quais forem os responsáveis", disse o representante do Cidh, Amerigo Incalcaterra.

No terreno, a situação continua extremamente difícil e as violências não param. De acordo com a Associação Nicaraguense de Direitos Humanos (Anpdh) as mortes confirmadas desde que os protestos iniciaram são 309. A Anpdh anunciou que desde a apresentação do seu relatório anterior - em que  eram relatadas 285 vítimas devido aos confrontos no país -  outras 24 pessoas morreram com a repressão das forças pró-governo contra manifestações civis.

O estudo apresentado na terça-feira leva em consideração o período que vai do início das primeiras manifestações, em abril passado, até o dia 2 de julho. No relatório, o Anpdh também afirmou que mais de 1.500 foram feridas, dos quais 46 relataram danos permanentes.

 Entre as vítimas contadas pela associação, 297 são civis e 12 são policiais, 292 são homens e 17 são mulheres. Vinte e cinco dos 309 mortos tinham menos de 17 anos.

No seu relatório, o Anpdh também denunciou a existência de centros ilegais de detenção administrados por paramilitares, como o de El Coyotepe, controlado por indivíduos encapuzados e armados, conforme relatado pela Associação de Escoteiros da Nicarágua.

(L'Osservatore Romano)

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05 julho 2018, 10:50