áܲ: estudantes deixam igreja cercada por paramilitares
Cidade do Vaticano
Um grupo de estudantes nicaraguenses, que havia buscado refúgio na Igreja da Divina Misericórdia, em Manágua, após o ataque de grupos paramilitares à Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua (Unan) deixou a igreja este sábado, depois da mediação do episcopado.
Os estudantes – cerca de 200 - que estavam entrincheirados no local desde a noite de sexta-feira, junto com três jornalistas, médicos e sacerdotes, saíram em veículos, caminhonetes e um ônibus, dirigindo-se até a Catedral metropolitana, escoltados por bispos e pela Cruz vermelha Nicaraguense.
Os jovens foram entregues aos seus familiares no jardim localizado nos fundos da Catedral, na presença do Cardeal Leopoldo José Brenes e do núncio Stanislaw Waldemar Sommertag, em meio a cânticos religiosos e o hino nacional da Nicarágua.
A fuga da Universidade aconteceu na noite de sexta-feira, em meio à jornada de três dias de protestos convocados contra o governo de Daniel Ortega. Por volta das 23h (hora local), paramilitares cercaram a igreja ameaçando a invasão.
Três outros jornalistas, que fugiram junto com os estudantes, fizeram transmissões por rádio de dentro da igreja. Eram ouvidos tiros, gritos e pedidos de ajuda do lado externo do templo. "Eles querem matar a todos nós", disse um estudante à France Presse.
“Sacerdotes, jornalistas nacionais e estrangeiros e estudantes feridos, cercados por paramilitares na Paróquia da Divina Misericordia de Manágua. Tentamos levar alguém até eles", escreveu o bispo auxiliar da Arquidiocese de Manágua, Silvio José, em sua conta no Twitter. Báez, pouco antes da libertação.
Por volta de meia-noite, o pároco conseguiu, após longas negociações, que os feridos graves pudessem ser retirados da igreja. Dois jornalistas também puderam sair, entre os quais o estadunidense do "Washington Post", Joshua Partlow.
No entanto, um estudante que estava entrincheirado Igreja da Divina Misericórdia, foi morto a tiros hoje, confirmaram seus pais. A vítima foi identificada como Gerald Vásquez, 20, e estudava para ser técnico em construção na Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua (UNAN). Segundo testemunhas, ele foi baleado na cabeça.
Poucas horas antes, o cardeal Leopoldo José Brenes, arcebispo de Manágua, havia chamado à calma sublinhando que "o diálogo é o único caminho para chegar à pacificação do país."
As declarações do cardeal foram feitas após o ataque sofrido na segunda-feira, juntamente com o núncio e outros dois bispos, por ativistas pró-governo, quando estavam indo expressar a proximidade da comunidade eclesial na Nicarágua em uma paróquia que nos confrontos, teve quatro vítimas.
"A Conferência Episcopal decidiu continuar com o trabalho de diálogo", acrescentou o cardeal sublinhando que 'humanamente é normal ter medo, mas com o acompanhamento de nossos padres através da oração é para nós uma força constante.”
O governo do Chile pediu neste sábado a Daniel Ortega para retomar o diálogo interno e acabar com a violência contra os cidadãos, que dura desde abril passado e já deixou centenas de mortos e milhares de feridos.
Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo chileno disse que "acompanha com grande preocupação esses fatos e a falta de avanços concretos".
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