±·¾±³¦²¹°ù¨¢²µ³Ü²¹: aumenta press?o pelo fim da viol¨ºncia e Igreja denuncia nova agress?o
Jackson Erpen - Cidade do Vaticano
Desconhecidos atearam fogo em um centro da Caritas na Nicarágua na noite de segunda-feira, 16, em meio à crise que já deixou 351 mortos desde o início dos protestos contra o presidente Daniel Ortega em abril.
¡°Incêndio registrado a altas horas da noite em um centro da Caritas no municipio de Sébado (norte). Rechaçamos este e outros atos que durante as últimas semanas prejudicaram o povo nicaragüense e a Igreja¡±, informou a Diocese de Matagalpa nas redes sociais.
A Igreja Católica, que mediava a crise no país, passou a ser alvo de grupos paramilitares. Na segunda-feira, 9 de julho, ocorreu a agressão contra o cardeal Brenes, o nuncio apóstólico no país e dois prelados, dentro da basílica de San Sebastián, em Diriamba, e também a agressão a sacerdotes na cidade de Jinotepe.
Na noite de sexta-feira, grupos paramilitares cercaram a Igreja da Divina Misericórdia, onde na noite de sexta-feira 200 estudantes e alguns jornalistas haviam buscado refúgio ao fugirem das agressões na Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua, onde protestavam contra o governo.
No domingo, o bispo de Esteli, Dom Abelardo Mata, teve seu carro alvejado e uma casa paroquial foi literalmente invadida por grupos de paramilitares.
Aumenta pressão internacional pelo fim da violência
É crescente a pressão internacional para que o governo de Daniel Ortega cesse a repressão.
O secretário geral da ONU, António Guterres, classificou como ¡°inaceitável¡± a quantidade de mortes e o uso da força nos protestos que tiveram início em abril.
¡°Há algo evidente, o número de mortes é chocante e existe o uso letal de força por parte de entidades ligadas ao Estado, o que não é aceitável¡±, afirmou Guterres durante uma visita à Costa Rica.
O secretário geral da ONU afirmou que é ¡°absolutamente essencial que cesse imediatamente a violência, que seja fortalecido o diálogo político, porque somente uma solução política é aceitável¡±.
O Escritório Regional para a América Central do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, recebeu informações de grupos de defesa dos direitos humanos que falam do ¡°uso desproporcional da força¡± por parte de agentes de polícia e agentes pró-governo em Diria, Niquinohomo e Catarina.
Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai, em um comunicado conjunto, expressaram preocupação pela situação na Nicarágua e denunciaram a ¡°violação dos direitos humanos e às liberdades fundamentais em curso no país¡±.
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) estará reunido na quarta-feira, 18, para seguir tratando a crise na Nicarágua e votar uma resolução que condena a violência.
Um encontro reúne esta terça-feira em Bruxelas 28 ministros da União Européia e ministros do Exterior da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). O ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Joseph Borrel, afirmou ontem que a situação na Nicarágua "vai de mal a pior", mas que a questão não estava na agenda do encontro, admitindo, no entanto, que "uma coisa são temas na agenda e a outra, os contatos que são feitos", completando que aproveitará para falar com os embaixadores da Venezuela e Nicarágua.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos condenou os recentes ataques contra estudantes, jornalistas e membros do clero na Nicarágua e avisou o presidente Ortega de que cada nova vítima nos protestos ¡°mina ainda mais sua legitimidade¡±.
Lei sobre o terrorismo
O governo da Nicarágua, por sua vez, qualifica como ¡°gravíssimo problema de terrorismo¡± a revolta popular que teve início em abril. Na segunda-feira, 16, o Parlamento aprovou uma lei que considera como ¡°terrorismo¡± a destruição de bens públicos e privados.
(Com Agências)
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