Bispos chilenos realizam Assembleia extraordinária para tratar dos abusos
Cidade do Vaticano
Tem início na próxima segunda-feira (30/07) e prossegue até 3 de agosto, em Santiago, a Plenária extraordinária da Conferência Episcopal Chilena para refletir sobre o atual e delicado momento à luz de novos rumores sobre o escândalo de abusos sexuais.
A informação foi anunciada na segunda-feira (23/07), pelo porta-voz dos bispos, o diácono Jaime Coiro, numa coletiva de imprensa da qual participou Ana María Celis, membro do Conselho Nacional para a Prevenção de Abuso e especialista em direito canônico. Na assembleia, o episcopado proporá, aprofundará e aprovará decisões a respeito.
Segundo o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, a Procuradoria Nacional do Chile anunciou nesta terça-feira que de 1960 até hoje, a sua unidade especializada em investigações sobre violações de direitos humanos, violência de gênero e crimes sexuais investigou 158 religiosos católicos associados a 144 casos.
Dos suspeitos, 74 são bispos, sacerdotes e diáconos que não pertencem a nenhuma congregação. Outros 65 bispos, sacerdotes e diáconos fazem parte de congregações específicas, dez leigos encarregados da pastoral paroquial ou engajados nas escolas, e para outros nove não foi possível esclarecer o grau ou a função.
O relatório da procuradoria identificou 266 vítimas, incluindo 178 meninas, meninos e adolescentes, 31 adultos e outras 57 não especificadas, relativas a casos denunciados antes do ano 2.000.
“Os dados fornecidos pelo promotor público”, disse Coiro, “nos chamam a refletir sobre os números relativos às vítimas. Entendemos que, além do número, cada uma dessas pessoas teve que viver um processo extremamente doloroso. Muitos tiveram que falar sobre o que aconteceu várias vezes, em vários momentos e diante de sujeitos diferentes. A tentação seria a de se deter no número dos acusados, mas o que a Igreja nos pede hoje é para pensar nas vítimas. Esses números assustam e é isso que mais nos preocupa”.
Por sua vez, Ana María Celis explicou que a Igreja tem o dever de “salvaguardar a dignidade das pessoas”.
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