O trabalho da Igreja no socorro à s vÃtimas de vulcão na Guatemala
Cidade do Vaticano
Já são 70 as vítimas e quase dois milhões as pessoas afetadas pela erupção do Vulcão de Fogo, na Guatemala. O vulcão, com mais de 3.700 metros de altura, fica a cerca de 35 quilômetros a sudoeste da capital, Cidade da Guatemala.
A erupção foi repentina: uma explosão na noite entre domingo e segunda-feira lançou gás, fumaça e cinzas na atmosfera. As cinzas se precipitaram então sobre as áreas circundantes, densamente povoadas, criando um efeito semelhante ao de Pompéia. Alguns centros foram virtualmente enterrados pelas cinzas.
Ajudas não podem cessar
Sobre a situação interveio na segunda-feira, 4, a Diocese de Escuintla, a mais afetada pelo desastre, com uma nota assinada pelo bispo, Dom Victor Hugo Palma Paúl onde lançava um apelo: "Pedimos às autoridades governamentais locais e nacionais para continuarem a fornecer os serviços que lhes cabem. Em muitos casos, encontramos prontidão e compromisso civil. É importante não ficar no meio do caminho e prestar atenção às milhares e milhares de pessoas afetadas em Escuintla, Chimaltenengo y Secatepéquez".
A mobilização imediata da Igreja
O Vulcão de Fogo é conhecido por sua atividade do tipo estromboliana (as erupções deste tipo caracterizam-se pela ejeção de cinzas e partículas incandescentes, frequentemente acompanhadas por bombas vulcânicas, materiais que são projetados a dezenas ou mesmo centenas de metros de altura. São também frequentes as fontes de lava nas fases mais efusivas), mas o que ocorreu nestes dias é o fenômeno mais sério em muitos anos nesta parte do país.
Enquanto isso, a Igreja está fazendo sua parte, tendo se mobilizado imediatamente, através das paróquias e da Caritas, privilegiando no atendimento aqueles que perderam suas casas, encontrando-se repentinamente sem um abrigo. Três centros de acolhimento foram criados em três paróquias para aqueles que perderam suas casas ou propriedades.
10 de junho, coleta para as vítimas de terremoto
Além disso, a sede da Caritas de Escuintla é uma referência como um "centro de coleta para medicamentos, roupas e alimentos, e especialmente para a água potável", o produto do qual se tem mais necessidade atualmente.
Uma coleta será realizada em todas as paróquias da diocese no domingo, 10 de junho. "A área afetada na região de Escuintla, especialmente as localidades de Los Lotes e El Rodeo, bem como outras pequenos povoados - disse Dom Palma - é densamente habitada por agricultores, pequenos proprietários de terras, cafeicultores, cultivadores de hortaliças e frutas. A densidade populacional favoreceu a gravidade da catástrofe ".
Caritas: talvez três mil pessoas mortas pelas cinzas
Infelizmente, o resgate ainda não conseguiu chegar às áreas mais povoadas e existe o medo de que tenha ocorrido uma tragédia sem proporções. O pior cenário prevê que podem chegar a três mil ao número de vítimas, segundo Mario Arévalo, secretário executivo da Caritas da Guatemala.
A erupção mais grave em 44 anos
"Há 44 anos que o Vulcão de Fogo não causava danos tão sérios. A extensão dos danos não é quantificável neste momento. Há tantas pessoas desaparecidas e, tendo as autoridades estabelecido três linhas de segurança, não é possível alcançarmos as áreas mais povoadas. Atualmente, o número provisório é de cerca de 70 vítimas, mas alguns especialistas temem que ainda haja três mil pessoas sob as cinzas". O número de pessoas que ficaram sem teto ainda não pode ser determinado.
Danos graves à infra-estrutura
Arévalo continua: "Como Caritas da Guatemala, em coordenação com a Caritas diocesana, estamos trabalhando para coletar alimentos e organizar pessoas em hotéis e centros de recepção. As pessoas afetadas são um milhão e 700 mil, um número que pode aumentar. Há também sérios danos à infra-estrutura pública, especialmente estradas e pontes, por isso as comunicações são muito difíceis ".
Apelo a todas as pessoas de boa vontade
"Infelizmente, em nível do governo, falta uma estrutura para lidar com as emergências e o risco é que ninguém pense nas pessoas afetadas pela catástrofe. Por isso, como Caritas, precisamos pensar quer na emergência imediata, como olhar a médio prazo. Por esta razão - conclui Arévalo - também apelo às Caritas europeias e a todas as pessoas de boa vontade ". (Com informações da Agência SIR)
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