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Papa Francisco na Missa do Domingo da Divina Misericórdia Papa Francisco na Missa do Domingo da Divina Misericórdia 

"Jezu, ufam tobie!" - Jesus Cristo, confio em Ti!

A Igreja festeja neste II Domingo de Páscoa, a Festa da Divina Misericórdia, instituída por São João Paulo II. Padre Arnaldo Rodrigues nos traz uma reflexão sobre o significado da misericórida em nossa vida.

Padre Arnaldo Rodrigues – Cidade do Vaticano

Hoje celebramos o segundo Domingo de Páscoa, ou também chamado Domingo da Misericórdia.

São João Paulo II, no dia 30 de abril do ano 2000 - por ocasião da canonização da Beata Faustina Kowalska - dedicou este segundo domingo totalmente a um convite a experimentar esta misericórdia que vem do coração de Cristo - a misericórdia divina atinge os homens através do Coração de Cristo crucificado. Cristo derrama esta misericórdia sobre a humanidade mediante o envio do Espírito que, na Trindade, é a Pessoa-Amor - afirma o Santo.

Reflexão para o Domingo da Misericórdia

Em Roma, o Papa Francisco chamou pela segunda vez os missionários da misericórdia, instituídos no Jubileu dois anos atrás. Este encontro que começa hoje, 8 de abril, com a Missa na Praça São Pedro, durará até a próxima quarta-feira, dia 11.

Dentre as diversas atividades como as catequeses que escutarão, as confissões que atenderão e que também serão convidados a fazer, esses missionários se dedicarão principalmente a contar as suas experiências pastorais como estes embaixadores da misericórdia, coração deste ministério especial confiado pelo Papa.

Recordemos de sua homilia no inicio do Jubileu da Misericórdia, com abertura da Porta Santa em 8 de dezembro de 2015, na festa da Imaculada Conceição: na sua cidade, na sua casa, no local de trabalho... em qualquer lugar onde houver uma pessoa, a Igreja é chamada a ir lá ter com ela, para levar a alegria do Evangelho e levar a Misericórdia e o perdão de Deus.

Este deve ser o testemunho daquele que primeiramente experimentou a misericórdia de Deus, conduzir também aos demais irmãos ao caminho da reconciliação e da paz. Falamos tanto de paz em nossos dias, mas devemos recordar como dizia Santa Faustina: a humanidade não encontrará paz, enquanto não se voltar com confiança para a misericórdia divina (Cf. Diário, 132).

A humanidade precisa aprender a ter este olhar misericordioso, pois somente nesta perspectiva que poderemos repetir diversas vezes esta cena relatada na primeira leitura: A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia mas, entre eles, tudo era comum (At 4,32). Estas comunidades deixaram-se moldar por um estilo de relações de partilha, onde se concretizaram as obras de misericórdias, espirituais e corporais. A misericórdia tornou-se concreta ao fazer-se próxima, sobretudo dos mais necessitados.

Certa vez conversando com um sacerdote, falávamos sobre as dificuldades das pessoas se perdoarem e se deixarem curar pelo amor de Deus. O quanto pessoas feridas podem também ferir outras, e o quanto um coração doente cheio rancores e tristezas pode levar a divisões.

É necessário que também a humanidade de hoje acolha no cenáculo da história Cristo Ressuscitado, que mostra as feridas da sua crucifixão e repete: A paz seja convosco! É preciso que a humanidade se deixe atingir e penetrar pelo Espírito que Cristo ressuscitado lhe dá. É o Espírito que cura as feridas do coração, abate as barreiras que nos separam de Deus e nos dividem entre nós, restitui ao mesmo tempo a alegria do amor do Pai e a da unidade fraterna (Cf. São João Paulo II).

Amanhã, dia 9 de abril, o Papa Francisco apresentará ao mundo a sua nova Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo moderno.

Cada vez mais somos convidados a recordar neste mundo agitado e difícil, que o amor misericordioso de Deus nos quer santos, e nos convida a testemunhar como aqueles que nos precederam neste percurso de santidade, olhando a própria história, reconhecer-se necessitado, perdoado e amado. Só um coração reconciliado com Deus, consigo mesmo e com o próximo, poderá alcançar a paz tão desejada.

Coragem, mesmo com todo o medo ou indignidade, nos aproximemos deste Pai misericordioso que nos ama e digamos como Santa Faustina: Jesus Cristo, confio em Ti!
 

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08 abril 2018, 14:55