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Assembleia Geral dos bispos em Aparecida Assembleia Geral dos bispos em Aparecida 

6º dia da Assembleia Geral da CNBB: Dom Vital e a DZêԳ no Brasil

Durante os trabalhos nesta semana que está apenas iniciando serão escolhidos os bispos, titulares e suplentes, que representarão o episcopado brasileiro na Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em outubro no Vaticano.

Silvonei José – Aparecida

Depois da pausa neste final de semana dos trabalhos da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para o retiro espiritual pregado pelo bispo emérito de Marajó, Dom José Luís Azcona, os mais de 300 bispos de todo o país, reunidos em Aparecida (SP) retomaram nesta manhã de segunda suas atividades.

O dia como de costume teve início com a Santa Missa na Basílica Nacional, com a participação de muitos romeiros. A celebração foi presidida por Dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC). Participaram da procisão de entrada os Bispos da Comissão do Ano do Laicato.

Durante os trabalhos nesta semana que está apenas iniciando serão escolhidos os bispos, titulares e suplentes, que representarão o episcopado brasileiro na Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que se realiza entre os dias 3 e 28 de outubro deste ano no Vaticano, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O processo da escolha será feito por meio de eleições cujos eleitores são os bispos membros da CNBB presentes no auditório do Centro de Eventos padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP).

Para auxiliar o processo de escolha dos 4 titulares e 2 suplentes para a Assembleia Geral dos Sínodo dos Bispos foi elaborado uma ‘Manual de Votação’ que possui as indicações para as votações e apresentação dos candidatos. De acordo com o manual, todos os bispos membros da CNBB, presentes ou ausentes na 56ª Assembleia Geral, podem ser candidatos. “A apresentação dos candidatos pode ser feita livremente, num clima de liberdade com responsabilidade, transparência e responsabilidade”, consta o manual.

Sistema de Votação

Já foram instaladas no Auditório do Centro de Eventos 8 urnas eletrônicas com um sistema desenvolvido pelo Departamento de Tecnologia da Informação da CNBB idealizado em uma plataforma digital conectada a um servidor de banco de dados. O sistema, organizado pelo setor de Tecnologia de Informação da CNBB, foi testado e aprovado pelo Conselho Permanente da CNBB. Durante a votação, cada urna eletrônica será identificada e terá como responsáveis um presidente e um secretário para garantir o sigilo e a privacidade dos eleitores.

Segundo o Manual de Votação, a eleição será secreta e os titulares e suplentes serão eleitos um a um. “Será considerado eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos dos presentes, no primeiro ou no segundo escrutínio. Após dois escrutínios ineficazes, sem que alguém obtenha a maioria absoluta requerida, será realizada a terceira votação entre os dois candidatos mais votados no segundo escrutínio”, descreve.

Os resultados, após a análise e aprovação da Comissão de Escrutínios, presidida pelo bispo de Nazaré (PE), Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, será apresentado para o presidente da CNBB para anúncio em plenário. Os nomes dos eleitos só poderão tornar-se de domínio público após a ratificação da eleição por parte do Papa Francisco.

Violência em Belém

Diante dos recentes casos de violência, como a morte de 21 presos em Belém (PA), Dom Vital Corbelini, bispo de Marabá (PA) tem defendido que a Igreja não pode cruzar os braços. Segundo o religioso a violência tem aumentado no estado e isto acende uma luz de alerta. Além dos presos, o bispo denuncia que tem aumentado a violência contra pessoas simples, pobres, camponeses e de policiais militares no estado. O bispo atribui a desigualdade e a concentração de renda e da terra o avanço da violência na região.

“A violência está atingindo as nossas vidas, nossos ideais e projetos, sobretudo dos mais jovens que estão tendo suas vidas ceifadas”, disse. O prelado defende que a Igreja, neste contexto, tem o papel de cultivar uma cultura de paz e anunciar a civilização do amor como preconizou o papa Paulo VI. “A civilização do amor deve ser implantada entre nós. Jesus Cristo nos diz que devemos amar os inimigos e rezar por aqueles que nos perseguem”, disse.

O religioso tem defendido que é necessário que as autoridades façam seu trabalho no sentido de fazer cessar a violência com atitudes que favoreçam a paz na sociedade. Ele exorta que o povo não busque fazer justiça com as próprias mãos porque violência gera violência. A convocação, segundo o religioso, vem da própria Igreja no Brasil que em sua última campanha da fraternidade, realizada no período da quaresma deste ano, buscou apontar caminhos para a superação da violência.

O prelado falou também da necessidade de não estimular a violência pelas redes sociais e que a paz deve ser buscada dentro das famílias e também a partir das comunidades cristãs e católicas.

Nós conversamos com Dom Vital sobre a violência no Pará e no Brasil.

Assembleia da CNBB, em Aparecida

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16 abril 2018, 08:00