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Bispos da RDC preocupados com situa??o ±è´Ç±ô¨ª³Ù¾±³¦²¹ no pa¨ªs

A CENCO apela todos a uma atitude de responsabilidade para que o pa¨ªs saia do clima politico crispado em que se encontra e caminhe para elei??es que devem ter lugar este ano.

Cidade do Vaticano -

A Conferência Episcopal da República Democrática do Congo, CENCO, reuniu-se em Assembleia Plenária de 15 a 17 deste mês de Fevereiro de 2018. Foi a segunda vez em menos de três meses. A razão disto ¨C explicam na Declaração final ¨C é ¡°a persistência da agravação da crise sociopolítica no país¡±.

Na Declaração articulada em cinco constatações dolorosas, quatro recomendações e uma conclusão, os 39 bispos e arcebispos presentes na Assembleia sublinham, antes de mais, que enquanto ¡°Corpo de Cristo, a Igreja não é enfeudada a nenhuma organização politica. A sua única preocupação é contribuir para o bem-estar de todo o Povo congolês, para a sua salvaguarda e para a promoção da dignidade da pessoa humana, para o respeito da vida, das liberdades e dos direitos fundamentais¡±.

Os Bispos frisam ainda que, na sequencia dos seus constantes apelos, notam uma tomada de consciência do Povo congolês, tanto dentro como fora do país, e a sua determinação em assumir o seu destino.
Depois os Bispos da CENCO passam a fazer algumas ¡°constatações dolorosas¡± que os inquietam no momento em que o país é suposto preparar e realizar as eleições para uma alternância pacífica do poder.

Repressão sangrenta

 

A primeira constatação é a repressão sangrenta das manifestações pacíficas dos dias 31 de Dezembro de 2017 e de 21 de Janeiro deste ano. Porquê tantos mortos, feridos, detidos, raptos, ataques de paróquias e de comunidades eclesiásticas, humilhações, torturas, intimidações, profanações de igrejas, impedimentos de rezar? Que crime cometeram esses cristãos e cidadãos congoleses que, pacificamente, reclamavam a aplicação integral do Acordo de 31 de Dezembro de 2016? ¨C perguntam-se os membros da CENCO, que condenam veementemente a violência sangrenta com a qual essas duas marchas foram reprimidas.

Difamação

 

Em segundo lugar, os Bispos da RDC condenam a campanha de denigração e difamação da Igreja católica e da sua hierarquia como forma de enfraquecer a sua força moral e distrair a atenção do povo dos verdadeiros problemas. O principal alvo dessa campanha é o Cardeal Arcebispo de Kinshasa, D. Laurent Monsengwo, ao qual a CENCO exprime todo o seu apoio e proximidade. Sublinham que, firmes na fé em Cristo, nunca hão-de abandonar o seu empenho em favor dum Estado de direito na República Democrática do Congo.

Zonas de insegurança

 

A terceira constatação dolorosa da CENCO é a extensão inquietadora das zonas de insegurança a outras províncias do país, nomeadamente Grande Kasai, Norte e Sul do Kivu, Ituri. A presença de assaltantes que semeiam a morte e desolação nessas províncias ¡°faz pensar na actuação de um plano de ocupação e de balcanização constantemente denunciada¡± ¨C escrevem os Bispos, segundo os quais a ¡°presença de ¡°criadores de gado estrangeiros¡± e armados com as suas manadas de vacas cria um clima de inquietude e insegurança no seio da população¡±. E perguntam-se ¡°a quem é que beneficia esta desestabilização do país¡±, nesta fase do processo eleitoral.

Aplicação do Acordo

 

Outro ponto, o quarto, das constatações dolorosas é ¡°a aplicação selectiva e desviada¡± das disposições do Acordo de 31 de Dezembro de 2016, chamado Acordo de São Silvestre. ¡°Pode-se pretender preparar-se para eleições tranquilas e passar por cima das disposições do Acordo que lhes estão na base? Obstinar-se nesta via não pode senão conduzir a eleições contestáveis e a novas crises¡± - sublinham os Bispos, que apelam ao sentido de responsabilidade de todos e de cada um.

A última constatação dolorosa da CENCO na sua Declaração final da Assembleia de três dias concluída no passado dia 17, é relativa à polemica em volta da ¡°máquina de votar¡±. Os Bispos dizem-se perplexos pelo facto de o projecto da ¡°máquina de votar¡± não ser aceite unanimemente pela classe política e por não tranquilizar a população. Isto faz prever ¡°contestações dos resultados¡± ¨C afirmam.
Perante este quadro inquietador, a CENCO ¡°reafirma a urgência de realizar eleições em 2018¡±, recomenda a ¡°aplicação integral do Acordo de São Silvestre¡±, sobretudo no que toca à ¡°descrispação do clima politico, à redinamização da Conselho Eleitoral Nacional Independente, às disposições relativas ao Conselho Superior de Audio-visuais e à Comunicação.¡±

Pedidos dos bispos

 

Os bispos pedem às autoridades competentes para ¡°anularem os editais que proíbem manifestações pacíficas, para se empenharem em perseguir judiciariamente aqueles que cometeram actos delituosos por ocasião das marchas organizadas pelo Comité dos Leigos de Coordenação e para tomarem medidas apropriadas para enquadrar as marchas pacíficas, como se faz em todo o mundo.¡±
Pedem-lhes ainda para ¡°porem termos às perseguições e às ameaças contra organizadores das marchas pacíficas que não fizeram senão exercer os seus direitos reconhecidos pela Constituição¡±.
Às autoridades competentes é pedido ainda para tornarem credível e efectiva a autoridade do Estado a fim de salvaguardar a integridade nacional, proteger as fronteiras e assegurar a segurança da população assim como os seus bens.
À Comissão Eleitoral Nacional Independente, os Bispos pedem para aceitar a certificação por parte de peritos nacionais e internacionais da chamada ¡°máquina de votar¡± por forma a ¡°levantar os equívocos e suspeitas em volta dela¡±.
Ao povo congolês, a CENCO recomenda que permaneça ¡°de pé e vigilante, que assuma o seu destino de modo particular através da oração e de iniciativas tendentes a barrar, pacificamente, o caminho a todas as tentativas de confiscação e de tomada do poder por vias não democráticas e anticonstitucionais.¡±

Por fim a CENCO pede à Comunidade Internacional para ¡°continuar a acompanhar a República Democrática do Congo no processo eleitoral e a pôr o bem do Povo congolês acima de todos interesses¡±
A CENCO conclui a sua Declaração prestando homenagem aos mortos, aos feridos e exprimindo a sua proximidade e compaixão para com as famílias provadas pela perda dos seus entes queridos nas manifestações de 31 de Dezembro de 2017 e 21 de Janeiro de 2018.
A República Democrático do Congo ¨C rematam ¨C ¡°pertence a todas as suas filhas e filhos; é um direito e um dever de todos combater tudo o que pode hipotecar o seu futuro.¡±
E a 10 meses do escrutínio, apelam mais uma vez, ¡°à responsabilidade das pessoas e das instituições encarregadas da preparação e organização das eleições pelo interesse superior da Nação.¡±

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20 fevereiro 2018, 17:23