RDC: católicos prometem novas manifestações
Cidade do Vaticano
“Podemos nos sentir orgulhosos em ter participado do protesto de 31 de dezembro de 2017. Não podemos mais voltar atrás. Os nossos filhos nos olham, o mundo inteiro nos olha, a nossa consciência nos interpela”.
É o que afirma a declaração do Comité Laic de Coordination (CLC, organização do laicato católico) que promoveu o protesto de 31 de dezembro, duramente reprimido em algumas cidades na República Democrática do Congo.
As manifestações também ocorreram em Dakar, Paris, Bruxelas, Londres e Genebra, além de outras partes do mundo.
O Comitê dos leigos promete novas iniciativas para daqui a alguns dias, “depois de terem sepultado dignamente nossos compatriotas, mortos pela pátria, e de cuidar os feridos”, por pedir ao Presidente Joseph Kabila uma declaração na qual se comprometa em não candidatar-se à própria sucessão, em conformidade com a Constituição e a aplicação efetiva, integral, e em boa fé, do Acordo de São Silvestre, de 31 de dezembro de 2016”.
Na mensagem, são ainda enumerados pontos que devem ser respeitados, como a libertação dos prisioneiros políticos, o retorno do exílio dos opositores ameaçados de prisão, o fim da duplicação dos partidos políticos (ou seja, a criação de uma falsa oposição por parte da maioria presidencial).
Também é pedida a libertação dos espaços midiáticos, em particular da rádio e televisão nacional, a reabertura das mídias fechadas arbitrariamente, a reestruturação da Comissão Eleitoral Nacional Independente (Ceni) para recriar confiança entre o eleitorado e o organismo que gere as eleições; liberdade para todos para o exercício das atividade políticas; utilização do calendário eleitoral proposto pela Ceni para a elaboração de um calendário compartilhado.
Este último ponto deriva do fato de que em 5 de novembro a Ceni apresentou um calendário eleitoral segundo o qual as eleições presidenciais deverão ser realizadas em 23 de dezembro de 2018.
A decisão unilateral da Ceni suscitou fortes críticas da oposição, que entendeu como uma tentativa de Kabila de reduzir as pressões dos Estados Unidos.
Washington, de fato, por meio da sua embaixadora na ONU, havia ameaçado retirar a ajuda financeira ao país caso as eleições não forem realizadas em 2018.
O mandato de Kabila, no poder desde 2001, terminou em 2016. A Constituição o proíbe de concorrer novamente, mas lhe permite permanecer no cargo até a eleição de seu sucessor.
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