Diretor das POM na Terra Santa alerta para risco de nova Intifada
Cidade do Vaticano
“Era fácil reconhecer que se trata de uma péssima ideia, que poderia também provocar uma nova Intifada”, alertou o Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias na Terra Santa, Padre Mikhael Abdo Abdo OCD, ao comentar a eventual transferência da Embaixada dos Estados Unidos em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
"E não se entende quem tem interesse em criar novos problemas aqui – continuou ele - justamente quando estamos nos preparando para o Natal do Senhor. (...) Faço votos de que este passo da administração EUA represente somente um movimento feito com o objetivo de verificar quais seriam as reações. Mas as reações já eram previsíveis”.
Papa Francisco
Na terça-feira, 5, o Presidente palestino Abu Mazen havia conversado por telefone com o Papa sobre esta questão. E na Audiência Geral desta quarta-feira, o Pontífice afirmou não poder silenciar sua “profunda preocupação pela situação que se criou nos últimos dias”, lançando um apelo:
Dirijo “um forte apelo para que seja compromisso de todos respeitar o status quo da cidade, em conformidade com as pertinentes Resoluções das Nações Unidas, disse o Papa. Jerusalém é uma cidade única, sagrada para os judeus, os cristãos e os muçulmanos, que nela veneram os Locais Santos das respectivas religiões, e tem uma vocação especial à paz. Peço ao Senhor que esta identidade seja preservada e reforçada em benefício da Terra Santa, do Oriente Médio e do mundo inteiro e que prevaleçam sabedoria e prudência, para evitar acrescentar novos elementos de tensão num panorama mundial já turbulento e marcado por inúmeros e cruéis conflitos.”
Igreja copta
Também a Igreja Copta Ortodoxa manifestou-se por meio de um comunicado sobre o anúncio da administração Trump, alertando de que a eventual transferência da Embaixada estadunidense para Jerusalém, “teria consequências negativas”.
Segundo a nota, é necessário “tutelar o status jurídico de Jerusalém”, de acordo com as resoluções da ONU sobre a Cidade Santa.
Reconhecer Jerusalém como capital exclusiva de Israel iria contra todas as convenções internacionais a este respeito – alerta o Patriarcado copta – e comprometeria as tentativas de superar as contendas por meio do diálogo e de soluções compartilhadas, que sejam respeitosas do perfil espiritual da Cidade Santa e de sua história.
(Fides)
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