Liga Guineense dos direitos humanos alerta para o colapso da saúde e educação
Por Casimiro Jorge Cajucam – RSM, Guiné-Bissau
As alertas desta organização defensora dos direitos humanos no país foram feitas esta sexta-feira, numa conferência de imprensa conjunta com a Frente Social, para apresentação da carta aberta endereçada ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.
A organização, através do seu presidente Bubacar Turé, enfatiza a necessidade de ação imediata para evitar um agravamento da situação e chama a atenção para as consequências de uma possível paralisação total nos setores essenciais.
"O sistema de saúde e educação está à beira do colapso caso medidas urgentes não sejam adotadas. Diante dessa situação, exorto o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, a usar sua magistratura de influência para promover um diálogo aberto e inclusivo com as organizações sindicais, a fim de evitar novas greves e tragédias nesses setores críticos", concluiu.
Na carta aberta entregue ao Presidente, a Liga Guineense dos Direitos Humanos e a Frente Social denunciam a falta sistemática de medicamentos na Farmácia de Urgência do Hospital Nacional Simão Mendes, incluindo bombas para asmáticos. O serviço de Ecografia está inoperacional desde julho de 2024, o laboratório carece de reagentes e testes, e o Banco de Sangue não realiza transfusões por falta de kits. Há apenas uma casa de banho funcional nos serviços de pediatria e maternidade, comprometendo a saúde dos utentes.
O documento também destaca a insuficiência e baixa qualidade da alimentação hospitalar, a falta de medicamentos gratuitos para os mais carenciados e as greves recorrentes, agravadas pelo não pagamento de 13 meses de salários a 519 técnicos de saúde. Além disso, denuncia cobranças ilícitas, conflitos de interesse e a crescente politização dos cargos de gestão hospitalar.
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