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Dom Nkea, Arcebispo de Bamenda e Presidente da Confer¨ºncia Episcopal dos Camar?es Dom Nkea, Arcebispo de Bamenda e Presidente da Confer¨ºncia Episcopal dos Camar?es  

Dom Nkea: ?frica ¨¦ um terreno f¨¦rtil para a sinodalidade

A ?frica ¨¦ um terreno f¨¦rtil para a sinodalidade, segundo o Arcebispo Andrew Nkea de Bamenda, Camar?es. Dom Nkea, que foi reconduzido como um dos 17 membros do Conselho Ordin¨¢rio do S¨ªnodo dos Bispos, disse que gra?as ao empenho dos leigos e ¨¤ experi¨ºncia das CEBs, que s?o ¡°uma garantia para o futuro¡±, a sinodalidade ¨¦ j¨¢ uma realidade em ?frica e ser¨¢ enriquecida pelos contributos do ²õ¨ª²Ô´Ç»å´Ç que acaba de terminar. O prelado falou tamb¨¦m da situa??o das inunda??es no seu pa¨ªs.

Stanislas Kambashi, SJ ¨C Cité du Vatican

No final do Sínodo sobre a Sinodalidade, que terminou com a Missa celebrada pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro no domingo, 27 de outubro de 2024, o Arcebispo de Bamenda, nos Camarões, Andrew Nkea Fuanya, expressou um sentimento de ação de graças e gratidão. ¡°Obrigado a Deus, obrigado ao Santo Padre¡±.  Após este processo de três anos e este mês intenso de trabalho, o Presidente da Conferência Episcopal dos Camarões confidenciou que tinha sido uma experiência enriquecedora de fraternidade e catolicidade, que tinha permitido aos bispos, padres e freiras, religiosos e leigos de todo o mundo trabalharem em conjunto.

África, um terreno fértil para a sinodalidade

Para o Bispo Nkea, a sinodalidade ¡°não é algo que tenha caído do céu¡±, uma vez que as Igrejas africanas já a praticam através das estruturas existentes, incluindo as Comunidades Eclesiais de Base (CEB), as missões e estações, os conselhos paroquiais e vários comités paroquiais. São dirigidas por leigos, que trabalham em estreita colaboração com os padres e os bispos. As CEBs aproximam os fiéis, criando uma vida comunitária onde ¡°toda a gente se conhece¡±. É um lugar onde as pessoas podem partilhar as alegrias e as tristezas que marcam as suas vidas. O Arcebispo de Bamenda dá o exemplo da sua diocese, onde esta organização está a funcionar. Podemos dizer que a África é um terreno fértil para a sinodalidade porque já a praticávamos, sem lhe chamar sinodalidade. Agora que o Santo Padre a codificou, ela vai continuar a funcionar bem em África¡±, sublinhou.

CEBs e o empenho dos leigos, ¡°uma garantia para o futuro¡± das Igrejas em África

Enquanto noutros continentes ¡°as Igrejas estão a esvaziar-se¡±, em África as Igrejas continuam cheias. A questão que se coloca é como preservar a fé fervorosa dos fiéis. Para o Bispo Nkea, a experiência das CEBs é como ¡°uma garantia para o futuro¡±. Nestas comunidades¡±, diz ele, ¡®os cristãos não são ¡¯anónimos', conhecem-se uns aos outros, sentem-se em família. É isto que faz a diferença em relação à dinâmica cristã noutros continentes, onde ¡°os fiéis existem como se não existissem¡±.

O prelado camaronês sublinhou também o papel dos catequistas, que, segundo ele, ¡°são os pontos fulcrais de cada comunidade¡±. Graças ao seu empenhamento e ministério, as comunidades locais estão em comunhão com as paróquias e a diocese. São estes leigos empenhados que asseguram a animação de certas missões onde os padres raramente chegam, devido à vastidão dos territórios paroquiais a cobrir. Eles preparam os fiéis e os ministros ordenados, por vezes, só vêm para celebrar os sacramentos. Com isto, a Igreja pode esperar continuar a avançar. Como diz o ditado: ¡°Se queres ir depressa, tens de ir sozinho. Se queres ir longe, tens de caminhar com outros¡±, declarou o Bispo Nkea.

Dom Nkea em conversa com o Papa durante a primeira sessão do Sínodo sobre a sinodalidade
Dom Nkea em conversa com o Papa durante a primeira sessão do Sínodo sobre a sinodalidade

Apelo ao desenvolvimento das regiões do Norte dos Camarões

O Arcebispo de Bamenda falou também do seu país, cuja parte norte foi duramente atingida pelas inundações, causando uma situação humanitária desastrosa. ¡°A situação ... é muito grave, especialmente em Yagoua ... com tantas pessoas deslocadas¡±, disse o prelado. O bispo, D. Barthelemy Yaouda, e toda a diocese de Yagoua estão a organizar-se para ajudar as vítimas, nomeadamente com alimentos. O presidente do episcopado camaronês referiu-se à sua carta de quinta-feira, 26 de setembro, na qual recomendava a organização de uma coleta no dia 6 de outubro em todas as paróquias e escolas católicas, para apoiar a Caritas diocesana nas suas operações de ajuda às vítimas e a todos os afetados pela situação. Muitos cristãos e pessoas de boa vontade fizeram doações, reconheceu. O bispo Nkea apelou também ao governo camaronês para que assuma as suas responsabilidades, não só ajudando as vítimas das cheias, mas sobretudo desenvolvendo esta parte ¡°quase abandonada¡± do norte do país. A construção de infra-estruturas sustentáveis pode ajudar a prevenir e a lidar melhor com estas situações, sublinhou.

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30 outubro 2024, 17:44