Costa do Marfim celebra o Dia Mundial das Miss?es com apelos ¨¤ ora??o pelas miss?es
Marcel Ariston Blé ¨C Abidjan
Todos os últimos domingos de outubro, a Igreja celebra o Domingo das Missões. Instituído em 1926 pelo Papa Pio XI, neste dia a Igreja universal celebra a ¡°catolicidade e a solidariedade universal¡±. Na sua homilia, durante a missa solene na catedral de Sainte Jeanne d'Arc, em Katiola, D. Joseph Aka Kakou de Yamoussoukro, Presidente da Comissão Episcopal para a Evangelização dos Povos e responsável pelas Obras Missionárias Pontifícias (POM) na Costa do Marfim, recordou aos fiéis a importância do Dia Mundial das Missões, ¡°para rezar e refletir sobre o nosso mandato missionário como Igreja¡±. Convidou os fiéis a recordar que são ¡°uma raça escolhida, um povo separado para evangelizar, ou seja, para levar a mensagem de Jesus Cristo a todo o mundo¡±.
Sair de nós próprios e das nossas casas
Todos os anos, o Papa define um tema sobre o qual os católicos são convidados a refletir durante o Domingo das Missões. Este ano, o Sucessor de Pedro escolheu um excerto do Evangelho segundo São Mateus: ¡°Ide e convidai todos para as bodas¡± (Mt 22,9). Partindo deste tema, o bispo de Yamoussoukro pediu aos fiéis para verem até que ponto estão a cumprir o seu mandato missionário. Para D. Kakou, o modo autêntico de ser missionário é, antes de mais, pôr-se a caminho, ¡°sair de si mesmo e deixar a sua casa, seguindo o exemplo de Jesus nos Evangelhos¡±. A nossa vida missionária deve, portanto, refletir o estilo de vida e o carácter daquele que nos chamou, acrescentou o prelado.
Desafios contemporâneos da missão
Como em todo o lado, a dinâmica da missão foi vivida em todas as paróquias da Costa do Marfim. A paróquia de Notre-Dame des Apôtres d'Abobodoumé-Jérusalem, na diocese de Yopougon, por exemplo, acolheu o Padre Narcisse Ogou Séka, Superior Provincial da Sociedade das Missões Africanas na Costa do Marfim - Burkina Faso.
Dedicado à primeira evangelização, o instituto religioso da Sociedade das Missões Africanas (SMA) é o pioneiro da evangelização empreendida na Costa do Marfim. Falando antes do fim da missa, o Padre Séka explicou aos fiéis os desafios da missão na sua congregação em África. Entre outras coisas, citou o crescente liberalismo. ¡°Algumas pessoas vêem o dogma religioso como uma barreira ao livre pensamento, o que pode desencorajar as pessoas de se empenharem numa reflexão espiritual mais profunda¡±, observou o religioso marfinense.
O Superior Maior das SMA falou também do aumento da secularização, que, na sua opinião, reduz ¡°a influência da religião na vida quotidiana, tornando a missão um pouco mais difícil¡±. O Padre Séka falou também do declínio das vocações. ¡°Os jovens não querem comprometer-se com a missão, porque não é fácil. Quando a missão e os seus desafios lhes são apresentados, vêem as dificuldades que os esperam, por isso ficam relutantes em empenhar-se¡±, lamentou.
Por fim, referindo-se à África contemporânea, o Padre Séka falou do desafio financeiro. Segundo ele, a missão no continente negro carece de apoio financeiro. ¡°A primeira evangelização, como sabem, é muito cara, porque se começa numa área onde não há recursos, e como missionários africanos ou marfinenses, não temos muito apoio, e este é um dos maiores desafios que enfrentamos¡±, explicou o religioso SMA.
Os missionários lutam para sobreviver
Um outro religioso SMA, Padre Émile Appraboué, falou sobre as dificuldades que enfrenta no seu apostolado. O Padre Appraboué está há cerca de 4 anos em Ouaninou, na região de Bafing, no noroeste da Costa do Marfim, e trabalha numa das quatro zonas de primeira evangelização da família religiosa no país. Segundo ele, os desafios apostólicos que enfrentam estão, antes de mais, ligados às finanças. ¡°Os meios de deslocação, as contas de eletricidade, as solicitações ... tudo isto não é fácil, sabendo que a coleta mensal muitas vezes não dá para fazer face a nenhuma destas despesas¡±, declarou. Esta situação tem ¡°um impacto considerável na pastorícia (...) é preciso lutar para fazer face às despesas¡±, salientou, sublinhando que o faz através da criação e venda de galinhas híbridas, que ainda não produzem os resultados esperados, segundo ele.
A oração, mas também o apoio financeiro às missões
Para concluir, o Padre Narcisse Ogou Séka dirigiu uma exortação não só aos cristãos, mas também aos seus colegas missionários. Aos seus irmãos missionários, pediu que mantivessem sempre acesa a chama da esperança. Aos fiéis, crianças, jovens e adultos, por outro lado, convidou-os a tomar parte significativa na obra de salvação, através de colectas para a OPM.
O Padre Séka pediu-lhes que não abandonassem os religiosos à sua própria sorte, mas que ¡°apadrinhassem¡± os missionários, que os apoiassem na oração quotidiana, que os ajudassem nas suas fraquezas, para que se pudessem concentrar na sua missão¡±. O religioso da Costa do Marfim exortou também os fiéis, enquanto missionários mandatados, a levarem Cristo dentro de si e a comunicá-lo através da sua vida quotidiana.
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