IX F¨®rum China-?frica 2024 a decorrer em Pequim
Sãozinha Vaz - Pope
"Juntando as mãos para avançar na modernização e construir uma comunidade de alto nível China-África com um futuro compartilhado¡±, é o lema escolhido pela China para esse Fórum, que visa celebrar a amizade e traçar o caminho a seguir para a cooperação entre as duas partes.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Chen Xiaodong, indica que a cimeira deste ano terá quatro reuniões de alto nível sobre os temas da governação estatal, industrialização e modernização agrícola, paz e segurança, e cooperação de alta qualidade. Temas esses, que permitirão a todas as partes trocar opiniões sobre questões de relevo na cooperação China-África, discutir de forma mais profunda as preocupações reais e construir consensos sobre o desenvolvimento - acrescentou.
Segundo informações da Inforpress, o Governo chinês acredita que o atual Fórum vai superar as anteriores, nomeadamente as cimeiras de Beijing (em 2006 e 2018), passando pela de Joanesburgo (2015) e que representa o maior evento diplomático organizado pela China nos últimos anos, com a maior participação de líderes estrangeiros.
Muitos analistas foram contactados pela agência Lusa, para analisar o nono Fórum de Cooperação China-África e os possíveis ganhos para ambas as partes.
Paul Nantulya, investigador do Africa Center for Strategic Studies (ACSS), especialista em relações África-China, sublinha que há mais presidentes africanos a participar neste Fórum do que na Assembleia Geral da ONU, que é a maior cimeira do mundo. O FOCAC é o ponto mais importante do calendário diplomático de África¡±.
Por sua vez, Jana de Kluiver, investigadora do Institute for Strategic Studies (ISS), alerta que apesar das numerosas representações de alto nível e do ¡°reforço do prestígio¡± deste FOCAC em relação ao anterior, em Pretória, esta primeira cimeira pós-covid não será marcada pelo aumento da ¡°dimensão do investimentos¡± anunciados. Em primeiro lugar - refere - porque a China ¡°está consciente do problema da dívida em África e da forma como a situação se apresenta a nível internacional¡±, e depois, porque se espera este ano um maior envolvimento do setor privado, o que ¡°coloca uma maior ênfase na rentabilidade dos projetos, implicando projetos mais pequenos, com um retorno mais rápido¡±.
Em contrapartida, Kluiver acredita que se irá assistir ao anúncio do investimento em projetos de energias renováveis e no aumento de projetos relacionados com o "Crescimento Verde".
A cimeira China-África tem lugar desde o ano 2000 com uma periodicidade trienal.
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