Cabo Verde - Uma Escola de valores para ç e adolescentes
Sãozinha Vaz - Pope
A Irmã Laurinda diz que as primeiras inspirações para criar uma Escola onde as crianças aprendam a viver e a estar na sociedade como bons cidadãos e bons cristãos, surgiram em 2016, na cidade de Santa Catarina, onde se encontrava em missão. Em 2019, ela já tinha o projeto pronto para implementar, mas não foi possível por causa da pandemia. Em 2020, foi transferida para uma nova missão, em Pedra Badejo onde, em 2022, apresentou o projeto ao Padre António Honorato, Pároco na Paróquia de São Tiago Maior, que reconheceu o projeto como um contributo ao desenvolvimento cristão e humano das crianças e adolescentes.
Diante das sucessivas queixas de famílias em relação ao comportamento dos jovens, o aumento de violências, delinquências e injustiças na sociedade, incutir nas crianças e adolescentes princípios de uma sã convivência é, segundo esta religiosa, uma forma de libertar a sociedade dos muitos males que a afligem.
As crianças são o futuro da sociedade e, portanto, merecem uma edução de base desde tenra idade, reitera a irmã, segura de que esta missão educativa cabe aos adultos.
A escola já conta com uma equipa de colaboradores, constituída por sociólogos, advogados, psicólogos, professores, catequistas, padres e religiosas que, segundo a Irmã Laurinda, disponibilizam, voluntariamente, o seu tempo, uma vez por mês, para ensinar às crianças e adolescentes (dos 7 aos 15 anos) as diferentes matérias.
Para além das aulas, as crianças e adolescentes realizam várias outras atividades: animação da liturgia, intercâmbios, trabalhos manuais, que no entender dos formadores, são igualmente importantes para a educação integral das crianças.
A Irmã mostra-se muito satisfeita com o envolvimento das pessoas de diversas áreas neste projeto, embora depare com alguns desafios no exercício desta missão: falta de projetores, utensílios domésticos para a distribuição de lanches e sobretudo um espaço adequado para as aulas e o acolhimento dos educandos que já são mais de 100. Um número que tende a aumentar, já que, refere a irmã, muitas famílias e instituições estão a solicitar a abertura da Escola nos seus municípios.
Para enfrentar esses desafios, a irmã Laurinda explica que estão a contar com o apoio de instituições como a Delta Cultura, a Igreja e a generosidade das pessoas. E, enquanto não houver um espaço oficial, o grupo vai-se reunindo nas Escolas estatais do Ensino Básico, ou ao ar livre.
Quanto ao Estatuto da Escola, a fundadora declara que uma equipa já foi criada para estudar e preparar o documento, equipa esta que também engloba elementos da EU-Católica (Escola Universitária Católica) de Cabo Verde, pois, o Reitor dessa EU-Católica, Padre José Eduardo Afonso, reconheceu a importância da Escola de Valores e garantiu à irmã que este projeto não deve abarcar somente uma Paróquia, mas toda a Diocese de Santiago.
Este reconhecimento é, na visão da irmã Laurinda, um “djunta mon” (unir esforços) por uma sociedade sã, consciente dos seus valores e princípios.
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