URPAO debate intoler?ncia e instrumentaliza??o religiosa na ?frica Subsaariana
Casimiro Jorge Cajucam ¨C Rádio Sol Mansi, Bissau
O evento, que decorre de 3 a 9 de junho, foi inaugurado pelo Bispo da Diocese de Bissau, Dom José Lampra Cá, que incentivou os Padres a trabalharem na conversão dos corações para uma maior abertura e contribuição para a convivência pacífica entre os diferentes grupos étnicos e religiosos.
Dom José Lampra Cá reconheceu os esforços dos Padres na valorização da vida e dignidade humana, especialmente num momento delicado para a África Subsaariana. Ele destacou a importância da diversificação de iniciativas sacerdotais para enfrentar situações adversas.
¡°Como família URPAO, temos o compromisso de promover uma cultura de abertura e tolerância, incentivando a aceitação mútua e o respeito pelas diferenças. Reconhecemos a importância de cada indivíduo exercer sua liberdade e assumir suas responsabilidades pessoais. Nesse sentido, buscamos que cada um contribua generosamente para o bem-estar dos outros, criando assim condições para uma convivência pacífica entre diferentes grupos étnicos e religiosos.
Expressamos nossa profunda gratidão aos Padres desta organização, que demonstraram uma firme determinação e uma consciente defesa dos valores da vida e da dignidade humana. Em um momento particularmente desafiador na região da África Subsaariana, eles se têm destacado pelo seu compromisso inabalável, colocando os interesses humanos acima de quaisquer outras considerações¡±, disse Lampra Cá.
Representando o Presidente da República, o Ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, ressaltou a necessidade de paz no País e convidou o Bispo de Bissau a servir como ponte entre os políticos, promovendo o diálogo e a reconciliação.
¡°O que realmente precisamos é cultivar a paz, a harmonia e evitar radicalismos, enquanto nos solidarizamos com as dificuldades dos outros. Portanto, é essencial que o País respire tranquilidade e encontre na união comunitária, incluindo a contribuição da Igreja, o caminho para vivermos em harmonia. Nesse sentido, gostaria de convidar o Bispo Lampra Cá para ser a ponte que une todos os políticos e promove o entendimento mútuo", enfatizou.
O presidente da URPAO, o Padre senegalês Aloyse Sene, que também discursou na conferência, abordou a interdependência entre a liberdade de religião e a liberdade de expressão. Ele criticou a discriminação baseada em etnia e religião e destacou a importância do diálogo inter-religioso e intercultural para a promoção dos direitos humanos. Além disso, ele alertou sobre o uso da difamação religiosa e retórica xenófoba em debates sociopolíticos, que podem levar a erupções de violência.
Padre Augusto Mutna Tamba, presidente da comissão organizadora da conferência, também falou sobre a crescente onda de conflitos étnico-religiosos na África Ocidental. "Nem sempre conseguimos ser agentes eficazes da paz, reconciliação e unidade. Cada vez que denunciamos a injustiça, a fome, o elevado preço dos produtos essenciais, os sequestros e as agressões, somos acusados de fazer política ou militância partidária", lamentou.
Durante os quatro dias de conferência, serão abordadas questões cruciais relacionadas à intolerância e à instrumentalização étnico-religiosa na região. Entre os tópicos de discussão estão: O papel profético dos Padres na promoção da justiça, da verdade e da paz, tomando como referência os profetas da Bíblia; A situação da sociedade contemporânea diante da intolerância étnico-religiosa e as estratégias para prevenir o extremismo étnico-religioso; Os desafios enfrentados pelos Estados da África Subsaariana nesse contexto. A questão do extremismo violento e a importância do diálogo inter-religioso no mundo contemporâneo, com uma análise dos mestres fundadores das religiões.
O papel dos media na prevenção de conflitos, com destaque para o exemplo da Rádio Sol Mansi será ou tópico em debate, destacando como os media podem ser utilizados para promover a paz e evitar conflitos, usando como exemplo a Rádio Sol Mansi, entre outros.
Estão presentes na conferência representantes de vários países da região, com a exceção de Cabo Verde, Gana, Libéria e Nigéria.
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