Qu¨¦nia: ¡°Todos devem respeitar o Estado de direito¡±, apelam os Bispos
Cidade do Vaticano
Falando à imprensa à margem do Fórum de Diálogo e Mediação para a Paz e a Coesão, em Mombaça, que reuniu no dia 1 de fevereiro representantes da Igreja de Mombaça, líderes muçulmanos, responsáveis pela segurança, D. Kivuva recordou os confrontos entre o Presidente e o Supremo Tribunal. "Todos vimos a tensão que se seguiu", disse. "A tendência em que o nosso líder se opõe ao que lhe é ordenado pelos tribunais pode colocar-nos em apuros. E isso é verdade em todos os lugares, desde altos funcionários do governo até cidadãos comuns."
O Presidente Ruto lançou uma série de ataques ao poder judicial, acusando alguns juízes não nomeados de corrupção e criticando aqueles que recorreram aos tribunais para travar os planos do Governo. Há duas medidas do governo travadas pelo Judiciário. Uma delas tem relevância internacional porque envolve o envio de um contingente de polícias quenianos para o Haiti como parte de uma missão de segurança liderada pelo Quénia. Em 26 de janeiro, o Supremo Tribunal do Quénia decidiu que o Conselho de Segurança Nacional do Quénia (presidido por Ruto) não tem o poder de destacar a polícia para fora das fronteiras nacionais, ao contrário dos militares do exército. O tribunal também ressaltou que deve haver um acordo mútuo entre os dois países antes do destacamento.
No mesmo dia, outro tribunal ordenou que o governo suspendesse os pagamentos de um novo imposto sobre habitação.
O Presidente Ruto parece não desistir e, quanto à missão ao Haiti, disse que "está em curso".
O embate entre a Presidência e o Judiciário, segundo o presidente da Conferência Episcopal, constitui um perigo iminente e corre o risco de arrastar o país para o período sombrio da "lei do mais forte, onde se aplica a regra de sobrevivência do mais forte: enquanto algumas pessoas seguem a lei, outras usam a violência e as armas para forçar o seu caminho".
Este perigo é agravado pelo facto de a Comissão Eleitoral Independente e de Fronteiras (IEBC) ainda não ter um novo presidente. "Todos nós vimos o que aconteceu no IEBC. Desintegrou-se em consequência do que aconteceu depois das eleições. É da responsabilidade dos envolvidos, incluindo o Presidente, garantir que o IEBC esteja operacional", observou, lembrando que se aproxima a data das eleições locais a realizar em algumas zonas do Quénia ¨C com Agência Fides.
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