Sem apostar na literatura infantil não há educação de qualidade
Dulce Araújo - Pope
Natural de um país, onde a literatura infantil é bastante desenvolvida, Marilene Pereira ficou surpreendida que em Cabo Verde não houvesse livros infantis com os rostos e realidades do arquipélago. Estava-se em finais dos anos 80.
Então, inspirando-se em modelos brasileiros de literatura para crianças, acabou por pôr-se à obra e no ano 2000 deu a público o seu primeiro livro infantil: "Bentinho Traquinas", com ilustração de Ivan Silva, edição do Instituto de Promoção Cultural da Praia. Seguiram-se outros três: “Meus Vizinhos Passarinhos”, “O Mistério da Cidade Velha” e “Eu Amílcar”.
Desde então, a literatura infantil em Cabo Verde tem vindo a ganhar fôlego, havendo agora várias outras pessoas a escrever para os mais pequenos. E o Ministério da Cultura está também a dar maior atenção ao sector.
Fortemente convencida da importância da literatura infantil para o divertimento das crianças e para lhes estimular a imaginação, Marilene Pereira fala com entusiamo do "Clube do Livro Infantil" existente no Instituto Guimarães Rosa ou Centro Cultural do Brasil na cidade da Praia e que é muito procurado pelas crianças e pelos seus pais. Aliás, há uma certa atenção neste sentido para com os rapazes, menos propensos à leitura.
A literatura infantil é um sector que o Instituto deseja reforçar e a ideia é propor no âmbito da cooperação Brasil-Cabo Verde, para o novo ano, um programa em rede que abranja também outros países africanos de língua oficial portuguesa, onde a situação, deste ponto de vista, não é certamente muito melhor que em Cabo Verde.
Convicta da importância dos livros e da leitura para as crianças, Marilene Pereira recomenda que neste Natal (e não só) se ofereça livros às crianças em vez de coisas tecnológicas.
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