Segundo um estudo, mulheres constituem o grupo mais vulnerável da sociedade guineense
Casimiro Jorge Cajucam – Rádio Sol Mansi, Bissau
De acordo com o resultado divulgado, esta terça-feira (18/07), a pobreza na Guiné-Bissau atinge mais as mulheres do que os homens, e que as mulheres são as principais agentes económicas do setor primário e secundário, tendo 55% da produção agrícola e as taxas de pobreza incidem maioritariamente sobre a camada feminina com 69,3%. Os dados espelham ainda problemas das mulheres guineenses, em todas as esferas, nomeadamente na educação, na saúde, na economia e na política.
Na sua comunicação, a coordenadora do MIGUILAN (Mulheres da Guiné ’No Lanta’ — Mulheres da Guiné levantai-nos), Isabel Garcia de Almeida, assegurou que um dos desafios é continuar a acompanhar a ação da governação e de influenciar as políticas públicas.
“Um dos desafios é continuar a acompanhar a ação da governação e de influenciar as políticas públicasâ€, sustentou.
A Coordenadora do Plano de Trabalho anual ligado ao género do Ministério da Mulher, Baltazarina Spencer Gomes, em representação da ministra da Mulher e Família, reconhece a existência da desigualdade do género na Guiné-Bissau ...
Verifica-se um défice quanto à igualdade e oportunidade particularmente ao nível da participação das mulheres nos órgãos de decisão, podemos citar como exemplo a recente situação política no nosso País [número de mulheres eleitas nas últimas legislativas] onde a representação política das mulheres ficou a quem das expetativasâ€.
Por sua vez, o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, defendeu a necessidade de serem adotadas medidas corretivas para travar a discriminação e a violação dos direitos das mulheres.
“A discriminação, a violação dos direitos das mulheres, as desigualdades estruturais que existem entre homens e mulheres é um assunto da sociedadeâ€, concluiu.
O estudo conduzido por várias organizações guineenses e portuguesas com o objetivo de saber sobre a condição das mulheres na Guiné-Bissau, entrevistou 400 mulheres com idades entre os 16 e os 80 anos, em todo o país.
O documento realça ainda o facto de que, apesar de desenvolverem atividades económicas, uma pouca percentagem de mulheres guineenses possui uma conta bancária e que a grande maioria participa do sistema de ’abotas’ — quotizações comunitárias ou entre pessoas do mesmo ambiente laboral.
As organizações femininas da Guiné – Bissau recomendaram no estudo para que haja a transparência na gestão de fundos públicos e a obrigação de prestação de contas, para poupar recursos materiais e financeiros que sirvam para melhorar o atual quadro socioeconómico do País, principalmente a condição da mulher guineense.
As organizações autoras do estudo são a ACEP (Associação para a Cooperação Entre os Povos) de Portugal, Miguilan (Mulheres da Guiné ’No Lanta’ — Mulheres da Guiné levantai-nos), LGDH (Liga Guineense dos Direitos Humanos) e AMPRPCS (Associação das Mulheres Profissionais de Comunicação Social).
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp