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Frederico Hopffer Cordeiro Almada Frederico Hopffer Cordeiro Almada  

Nhonhô Hopffer – A Sobrevida da Arte e do Artista como Paradigma

Frederico Hopffer Almada, conhecido por Nhonhô, faleceu prematuramente a 31 de dezembro de 2023. Deixou a Cabo Verde, seu país natal, um importante legado como arquiteto, músico, ativista. “África em Clave Cultural: personagens e eventos” quis conhecê-lo um pouco mais através da crónica de Filinto Elísio (Rosa de Porcelana Editora) e do seu irmão, José Luís Hopffer Almada, jurista, poeta, ensaísta.

Dulce Araújo - Pope

Arquiteto de profissão, Nhonhô Hopffer dedicava-se com paixão também à música e foi nesta arte que se investiu nos últimos anos da sua vida, no intento de deixar mais um CD publicado, sinal da sua luta contra a doença que acabou por o levar. "Sobrevivente", cujas músicas deixou gravadas será publicado póstumo - revela o irmão, José Luís Hopffer Almada, segundo o qual, longe de ser bairrista, Nhonhô tinha um grande amor a Cabo Verde, sentia-se um africano crioulo e era um grande admirador de Amílcar Cabral que, na sua opinião, deveria ser muito mais valorizado no país. Defendia também a oficialização da língua caboverdiana a par do português e criticava muito a forma desordenada como estão a crescer os centros urbanos em Cabo Verde, nomeadamente a capital, Praia. Além disso, envolvia-se também em várias ações culturais e de solidariedade - frisa, por sua vez, o editor, Filinto Elísio, que remata assim a sua elucidativa crónica acerca deste personagem da cultura caboverdiana: “Nhonhô Hopffer foi e continuará a ser o paradigma da sobrevida da Arte e do Artista.” 

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17 janeiro 2023, 10:47