Nhonhô Hopffer – A Sobrevida da Arte e do Artista como Paradigma
Dulce Araújo - Pope
Arquiteto de profissão, Nhonhô Hopffer dedicava-se com paixão também à música e foi nesta arte que se investiu nos últimos anos da sua vida, no intento de deixar mais um CD publicado, sinal da sua luta contra a doença que acabou por o levar. "Sobrevivente", cujas músicas deixou gravadas será publicado póstumo - revela o irmão, José Luís Hopffer Almada, segundo o qual, longe de ser bairrista, Nhonhô tinha um grande amor a Cabo Verde, sentia-se um africano crioulo e era um grande admirador de Amílcar Cabral que, na sua opinião, deveria ser muito mais valorizado no país. Defendia também a oficialização da língua caboverdiana a par do português e criticava muito a forma desordenada como estão a crescer os centros urbanos em Cabo Verde, nomeadamente a capital, Praia. Além disso, envolvia-se também em várias ações culturais e de solidariedade - frisa, por sua vez, o editor, Filinto Elísio, que remata assim a sua elucidativa crónica acerca deste personagem da cultura caboverdiana: “Nhonhô Hopffer foi e continuará a ser o paradigma da sobrevida da Arte e do Artista.”
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp