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Titina Rodrigues Titina Rodrigues 

Faleceu a cantora caboverdiana, Titina Rodrigues

A cantora cabo-verdiana de mornas e coladeiras, Titina Rodrigues, faleceu esta sexta-feira, 6 de maio de 2022, em Lisboa, vítima de doença prolongada. A ela, a Rádio Vaticano tinha dedicado, a 25 de novembro de 2021, a emissão "África em Clave Feminina: música e arte" com crónica do editor, Filinto Elísio, intitulada "Titina Rodrigues, uma grande Diva da música caboverdiana.

Dulce Araújo - Vaticannews e Rádio Nova de Maria - Cabo Verde 

A notícia da morte da Titina foi dada pela também cantora e amiga Ana Firmino numa publicação nas redes sociais considerando ser uma “grande perda para Cabo Verde”.

A cantora natural de São Vicente e cujo verdadeiro nome era Albertina Alice dos Santos Rodrigues Oliveira de Almeida, tinha agora 75 anos, mas, desde cedo começou a cantar e considerava que Deus lhe deu uma oportunidade e uma felicidade de poder cantar e aprender com um dos maiores compositores do país do género da morna, B. Léza.

Titina Rodrigues fez estas declarações à Agência Caboverdiana de Notícias por ocasião da sua passagem pela Cidade da Praia, em 2018, onde foi homenageada pela Sociedade Caboverdiana de Autores (SOCA), pelo contributo que deu à música caboverdiana.

Em finais da década de 1970, gravou um EP com acompanhamento do grupo Voz de Cabo Verde e arranjos de Paulino Vieira. E, cerca de uma década depois, saiu o EP “Titina Canta B.Léza”, em que a cantora interpretava unicamente músicas deste compositor. Este álbum foi reeditado em LP e depois mais duas vezes em CD.

Titina Rodrigues participou ainda nos discos “Cabo Verde canta a CPLP”, “Músicas de Intervenção Cabo-verdiana e Lisboa nos Cantares Cabo-verdianos”, projectos temáticos de Alberto Rui Machado que, em 2008, produziu o CD que Titina lançou com o título “Destino Cruel”.

Em 1991, a cantora fez uma participação na série televisiva “Por Mares nunca dantes navegados”, do realizador Carlos Avilez para a RTP. Participou ainda no programa “A língua viva” (2001) da RTP, dirigido aos PALOP com o objectivo de ensinar a língua portuguesa.

O seu último trabalho foi no teatro, em 1996 quando participou em “O Último baile do Império” uma produção da companhia portuguesa “A Barraca”, com encenação de Maria do Céu Guerra, a parte de texto do brasileiro Josué Montello - informa a Rádio Nova de Maria, emissora cristã de Cabo Verde. 

"África em Clave Feminina" recordou a Titina há pouco tempo

À Titina, o Programa Português/África da Rádio Vaticano dedicou, a 25 de novembro de 2021, a emissão semanal "África em Clave Feminina: música e arte". Para além de suas interpretações célebres de mornas como "Bejo de Sodade" do seu grande mestre, B.Leza; e da coladeira "Grandeza" do álbum "Lisboa nos cantares cabo-verdianos", a emissão traz também uma entrevista que a Titina concedera, em 2008, a Margarida Caetano, da Destak TV e em que conta o seu percurso de artista e vicissitudes da vida. A nós não fora possível entrevistá-la por se encontrar já doente.

A emissão traz também a crónica de Filinto Elísio (Rosa de Porcelana Editora) em que ele enaltece esta "Grande Diva da música cabo-verdiana", o seu talento, sonhos e desilusões. Uma Diva cujo percurso poderia ter sido semelhante ao de Cesária Évora se o seu destino tivesse sido diferente.  Resta, todavia, a sua marca, a sua determinação, a dedicação à família e a retomada da gravação a solo em 2008 com o CD "Cruel Destino" e desejo de prosseguir na sua arte, orgulhosa da voz.

Aqui fica essa edição de "África em Clave Feminina: música e arte" 

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07 maio 2022, 12:12