Ghana. Manifestantes mortos em Ejura: a firme condenação dos Bispos
Cidade do Vaticano
Os protestos de Ejura resultaram em três mortos, e os factos se desenrolaram em dois momentos distintos: no dia 26 de junho, homens desconhecidos atacaram, na sua habitação, Ibrahim Mohammed, conhecido como "Kaaka" e que, graças às redes sociais, se tornou um símbolo da campanha #FixtheCountry, ou seja, “Concerta o Paísâ€, nascida em sinal de protesto contra a crise económica e social em Ghana. Dois dias depois, Kaaka morreu no hospital devido aos ferimentos sofridos no ataque. No mesmo dia, 28 de junho, a multidão saiu às ruas para manifestar a sua solidariedade ao activista desaparecido. Seguiram-se confrontos com a polícia que parece ter disparado directamente contra os manifestantes, matando duas pessoas, Muntala Mohammed e Abdul Nasir Yusif, e ferindo outras quatro.
Numa nota, a Conferência Episcopal do Ghana diz, portanto, de estar "horrorizada" pelos acontecimentos e reitera a necessidade de "as forças de segurança serem muito profissionais na realização da sua missão, especialmente no que diz respeito ao controlo da multidão". “A situação está fugindo ao nosso controle - lamentam os Bispos - e isso não é um bom presságio para o nosso Paísâ€. Referindo-se, pois, a um vídeo, que se tornou viral nas redes sociais, e no qual se vê um polícia a diparar nos manifestantes, a Igreja Católica no Ghana afirma: “Como se pode justificar a acção de um militar que, para impedir uma manifestação, mira e explode tiros sobre civis indefesos e desarmados? ".
Trata-se de um gesto “não apenas condenável, mas também criminoso - continua a nota - que deve ser investigado para que os responsáveis ​​sejam devidamente punidosâ€. Por isso, os Bispos pedem que se abra uma investigação "com a urgência que merece, porque os cidadãos estão cada vez mais a perder a confiança na capacidade de as forças de segurança gerirem com eficácia estes casos".
Ao mesmo tempo, a Igreja de Accra apela aos manifestantes de Ejura para que se abstenham de se envolver em desordens sociais: "Aqueles que desejam exercer o seu direito humano fundamental de protestar deveriam fazê-lo dentro dos limites da lei nacional", afirmam os prelados. Além disso, a todos os Ghanenses de boa vontade os Bispos pedem que "deplorem e desencorajem concretamente o crescente nível de intolerância e conduta não democrática que se encontra entre o pessoal de segurança e alguns funcionários do Governo". Por fim, a GCBC manifesta a sua proximidade para com as famílias das vítimas e reza pela rápida recuperação dos feridos.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp