Guiné-Bissau. Tomaram posse na segunda-feira novos membros do Governo de Nuno Nabiam
Casimiro Jorge CAJUCAM – Rádio Sol Mansi, Guiné-Bissao
Segundo a remodelação operada pelo Primiero Ministro Nuno Nabiam, Jorge Malú (Ministro dos Recursos Naturais) deu lugar a Orlando Veigas, ambos do mesmo partido (PRS) e Jorge Mandinga (Ministros dos Transportes e Comunicações) foi substituído por Augusto Gomes que ocupava a pasta de Secretaria de Estado da Cooperação Internacional. Ambos do mesmo partido (APU-PDGB); Abel da Silva (Ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural) foi substituído por Marciano Silva Barbeiro. Ambos dirigentes do MADEM-G15, e António Artur Sanhá (Ministro do Comércio e Indústria), substituído por Tcherno Djaló. Ambos do PRS.
Por sua vez, Arcenio Abdulai Jibrilo Baldé (Ministro da Educação Nacional e Ensino Superior), foi substituído por Cirilo Mamasaliu Djaló, do Partido da Nova Democracia (PND), e António Deuna (Ministro da Saúde Pública) foi substituído pelo cirurgião, Dionísio Cumba que dirigia o Instituto Nacional da Saúde (INASA) e coordenava o Centro de Operações de Emergências em Saúde (COES). Dionísio Cumba é do Partido da Renovação Social (PRS).
Maria Celina Tavares (Ministra da Função Pública, Trabalho, Emprego e Segurança Social), de APU-PDGB, substituída por Tumane Baldé, atual membro da Direção do Alto Comissariado para a Covid-19, dirigente do PRS, Dara Yourgan da Fonseca Ramos (Secretária de Estado das Comunidades), substituída por Salumé Santos Allouche, ambas do MADEM-G15; Nhima Sissé (Secretária de Estado do Turismo e Artesanato), deu lugar a Fernando Vaz, agora Ministro do Turismo e Artesanato e Porta-voz do Governo.
Por último, Conco Turé (Secretário de Estado da Comunicação Social), deu lugar a Fernando Mendonça (Ministro da Comunicação Social) que ocupava a pasta de Ministério da Justiça, que passa ser ocupado por Iaia Djaló, líder do PND.
O Executivo passa a contar com quatro ministros de Estado: Suzi Barbosa, que se mantém como ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e Comunidades, Orlando Viegas; Marciano Barbeiro e Botche Candé (figura próxima de Sissoco Embalo).
A remodelação governamental foi feita na mesma altura em que se falava de um eventual acordo político entre o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o Partido da Renovação Social (PRS), para a formação de uma nova maioria na Assembleia Nacional Popular (ANP).
Nos últimos dias circularam informações sobre uma suposta reunião entre o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira e o presidente do PRS, Alberto Nambeia, na vila de Pacthe Yalá, norte da Guiné-Bissau. Segundo fontes partidárias, os dois partidos terão estado a tentar um acordo de incidência parlamentar que lhes permita formar uma nova maioria com vista à formação de um novo Governo. Tanto o PAIGC como o PRS não desmentiram tais informações.
Na cerimónia, em Bissau, esta segunda-feira, o Presidente da República deixou um recado: “Uma coisa vos digo, não pode haver nenhuma maioria [parlamentar] que não seja esta, enquanto sou Presidente da República”.
Continuando, em crioulo, disse que preferiu “martelar” o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) em nome da estabilidade da governação na Guiné-Bissau. Fazendo-se alusão a exonerações de mais elementos do seu partido, para depois justificar que optou pela remodelação tendo em conta a necessidade de imprimir maior ação, porque “o governo deve estar à altura das expetativas da população…
A medida não terá agradado ao MADEM-G15, que está contra a retirada de algumas pastas ao partido e a entrada de algumas figuras no Executivo, sem um aviso prévio, segundo o semanário privado local ‘jornal Ultima Hora’.
Já o primeiro-ministro, Nuno Nabiam, disse que a remodelação governamental feita na noite de sábado visa dar mais dinâmica ao Governo…
"A expectativa é que esta remodelação governamental vá permitir criar uma nova dinâmica. Fizemos mais de um ano e em qualquer Governo tem de se pensar em refazer aquilo que é preciso ser feito", realçou Nuno Gomes Nabiam.
Das 13 nomeações, onze tomaram posse e registou-se a ausência de dois novos membros do governo: ministro da Saúde Pública, Dionísio Cumba e Secretária de Estado das Comunidades, Salomé Santos Allouche, por se encontrarem neste momento fora do país.
Entretanto, convidado a comentar atual cenário político oriundo da remodelação na qual é notório o reforço de peso do PRS na nova configuração do executivo, em detrimento aos outros partidos da aliança, eis o ponto de vista de Rui Jorge Semedo.
“Para quem acompanhou algumas movimentações nas ultimas semanas, pode até ser que a suposta aproximação entre o PAIGC e o PRS que levou a essa mexida na estrutura do governo que levou o PRS a tirar mais partido com ocupação de mais cargos ministeriais”, contudo sustentou Rui Jorge Semedo “isso não é garantia em como está resolvida algumas situações de desconforto que paira dentro da coligação e sobretudo quando se nota que o MADEM G-15 que tem mais deputados entre os partidos de coligação acabaria por ser a mais prejudicado nesta remodelação com as perdas de algumas pastas”, sublinhou para depois afirmar “que a sessão parlamentar de maio próximo determinará o futuro do país.
Após a remodelação proposta pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, a orgânica do atual executivo passa a contar com 20 ministros, dos quais quatro de Estado, e 11 secretários de Estado.
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