Ѵçܱ: Nações Unidas condenam massacres de civis em Cabo Delgado
Hermínio José – Maputo, Moçambique
"O Secretário-geral das Nações Unidas António Guterres está chocado com os recentes relatos de massacres perpetrados por grupos armados [...] em várias aldeias na Província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, incluindo a decapitação e rapto de mulheres e crianças", pode ler-se num comunicado divulgado na noite desta terça-feira (10), pelo porta-voz Stephane Dujarric.
Segundo os mais recentes relatos, grupos terroristas do Estado Islâmico perpetraram um massacre no final da semana passada, em Cabo Delgado, com início na aldeia de Nanjaba.
Várias pessoas foram sequestradas e depois decapitadas na aldeia de Muatide. De acordo com a imprensa local, as decapitações terão sido realizadas entre a passada sexta-feira e domingo.
ONU insta investigação sobre incidentes
Entretanto, o Secretário-geral da ONU insta as autoridades do País a conduzir uma investigação sobre esses incidentes e a responsabilizar os responsáveis, refere o porta-voz, apelando a "todas as partes em conflito para que cumpram as suas obrigações ao abrigo do direito internacional humanitário e dos direitos humanos".
António Guterres reiterou o compromisso das Nações Unidas em continuar a apoiar a população e o Governo de Moçambique na abordagem urgente das necessidades humanitárias imediatas e nos esforços para defender os direitos humanos, promover o desenvolvimento e prevenir a propagação do extremismo violento.
Igreja Católica chocada em Cabo Delgado
Por seu turno, a Igreja Católica em Cabo Delgado, norte de Moçambique, manifesta o seu profundo estado de choque com a onda de violência e atropelos aos mais elementares direitos humanos.
Dom Luiz Fernando Lisboa, Bispo de Pemba, afirma que ainda não há calmia em várias comunidades de Cabo Delgado, ou seja, os ataques persistem, ainda que de forma titubeante.
Cerca de 2000 mortos desde 2017
De referir que a Província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas e que se intensificaram este ano. Dados apontam para cerca de 2 mil mortos, pelo menos, 435 mil deslocados internos devido à violência protagonizada por grupos classificados como terroristas em distritos mais a norte da Província.
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