Togo. Bispos: "Igreja não faz política, trabalha para o bem comum"
Cidade do Vaticano
Na mensagem final, os bispos defendem o trabalho da Comissão de Justiça e Paz local, objeto de acusações por parte do Governo, reafirmando que o trabalho da Igreja, fiel aos ensinamentos do Evangelho, é orientado apenas para o bem comum.
Os bispos togoleses negam a acusação do Governo de "financiamentos de origem duvidosa" nas actividades da Comissão local de Justiça e Paz. "As nossas mensagens são ditadas pela fidelidade ao Evangelho e pela busca do bem comum", afirmam os prelados na mensagem divulgada no fim da sua recente assembléia plenária, ressaltando que "sempre convidaram os sacerdotes a evitar qualquer tomada de posição política em apoio aos partidos”.
Nada de financiamentos “duvidosos” à Comissão de Justiça e Paz
O esclarecimento dos bispos responde à justificativa apresentada há alguns meses pelas autoridades de Lomé para explicar a recusa de credenciamento à ACAT (Acção Cristã pela Abolição da Tortura e Pena de Morte), para o envio de observadores para as últimas eleições legislativas. do fim de 2018. O pretexto era precisamente que a Comissão de Justiça e Paz, parceira da ACAT, recebia "financiamentos duvidosos", acusação que os bispos rejeitam, exprimindo a esperança de que nas próximas eleições presidenciais de 2020 a associação cristã ecuménica empenhada na luta contra a tortura possa enviar os seus observadores.
Eleções de 2020 ssejam pacíficas e transparentes
Exactamente as eleições do próximo ano, cuja data ainda não foi definida, foram um dos principais temas da plenária, realizada em Daluag, na diocese de Dapaong. A este propósito, os bispos togoleses convidaram todos os candidatos e instituições envolvidas a proceder de maneira que o processo eleitoral ocorra "de forma pacífica e transparente, na justiça e no respeito à vontade dos cidadãos". Os prelados exortam igualmente os fiéis a "não abdicar dos seus compromissos sócio-políticos, que também fazem parte integrante da sua missão de baptizados”.
Escritórios em todas as dioceses para assinalar abusos sexuais
Outro tema importante abordado durante os trabalhos foi a luta contra os abusos sexuais na Igreja do Togo. Os bispos togoleses continuaram a discussão sobre o estabelecimento em cada diocese de um Escritório de referência "para assinalar abusos sexuais", como vem indicado pelo Papa Francisco no Motu proprio "Vos estis lux mundi", após o encontro em fevereiro último, no Vaticano, sobre a protecção dos menores. O plano já havia sido examinado na plenária anterior em junho.
Apoio aos seminários
Finalmente, mereceu a atenção da assembléia a situação dos seminários no Togo, que enfrentam crescentes dificuldades financeiras devido à diminuição dos subsídios da Santa Sé e o aumento do custo de vida no país. Os bispos fizeram, portanto, apelo às paróquias, instituições eclesiásticas e a todos os fiéis para apoiarem também financeiramente os seminários.
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