Ѵçܱ: “O Papa vai encontrar um povo acolhedor”
Domingos Pinto - Lisboa
“O Papa vai encontrar um povo acolhedor, um povo sempre sorridente, um povo que luta para inverter o ciclo de morte, de destruição, de pobreza absoluta em que vive”.
É desta forma que o padre Carlos Jacob, um missionário português com larga experiência em Moçambique, perspetiva a visita que o Papa Francisco vai fazer em setembro próximo àquele país lusófono.
Declarações do sacerdote ao Portal da Santa Sé à margem do lançamento esta 2ª feira, 8 de julho, em Lisboa, do livro ‘Missão em África: Lançar sementes, colher sorrisos’.
Um projeto que conta com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, que promoveu o lançamento desta obra cuja venda vai reverter a favor do trabalho da congregação em Moçambique e das vítimas dos ciclones (Idai e Kenneth) que nos últimos meses atingiram o país.
Um livro que “pretende ser uma mais valia nesta solidariedade que nós queremos que seja mais forte com o povo moçambicano”, diz o sacerdote que esteve 13 anos na arquidiocese de Nampula.
Uma missão pastoral que começou na Missão de Nossa Senhora das Graças, em Murrupula, e depois, na Missão de S. João Batista, no Marreque.
“Devemos analisar este país africano não pelas coisas negativas, porque, apesar da pobreza absoluta em que 60% vive, continua a ser um país maravilhoso, sempre à espera que o milagre aconteça, um povo sofredor, mas também lutador”, diz o sacerdote que tem acompanhado em Gouveia a vida da sua congregação em Portugal.
Sobre a realidade moçambicana, o padre Jacob reconhece que há um esforço da parte do Estado “em reverter este ciclo de pobreza”, mas defende que “os doadores internacionais têm que fazer outras apostas, até como uma maior vigilância para que não haja tanta corrupção, tantos desvios”.
Para aquele missionário, o Papa vai a Moçambique “num ambiente de clivagens políticas em que os partidos, de facto, continuam a não se entender, e por isso, o papa vai professar esta mensagem de paz que a igreja foi portadora desde os acordos de paz”.
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