Dia dos ³¾¨¢°ù³Ù¾±°ù±ð²õ da Uganda: exemplo das promessas de Cristo
Cidade do Vaticano
A história dos mártires da Uganda é uma história de amor ao Evangelho, de conversão e coragem. Estamos no fim do século XIX, no território dos Buganda - actualmente o maior dos reinos tradicionais que ainda permanecem na Uganda moderna. Quem reinava naquele território era Mwanga II que, para preservar o seu poder, se pôs a perseguir com ferocidade católicos, anglicanos e muçulmanos. E é aqui onde se insere a história dos santos Carlos Lwanga e Companheiros, canonizados por Paulo VI em 1964, e cuja memória se celebra a 3 de junho, Dia dedicado aos Mártires da Uganda.
O Santuário no lugar do martírio
Aos 28 de novembro de 2015, durante a sua Viagem Apostólica a Uganda, o Papa Francisco celebrou a Eucaristia no Santuário de Namugongo, construído no local do seu martírio. A igreja está construída sobre vinte e dois pilares, porque vinte e dois são os mártires ugandeses que alí morreram. Na homilia de Francisco, são descritas as vidas desses jovens, entre os quais, alguns fiéis anglicanos, que também foram queimados vivos:
¡°Hoje, recordamos com gratidão o sacrifício dos Mártires da Uganda, cujo testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja atingiu justamente "os confins da terra". Recordamos também os mártires anglicanos, cuja morte por Cristo testemunha o ecumenismo do sangue. Todas essas testemunhas cultivaram o dom do Espírito Santo em suas vidas e livremente testemunharam a sua fé em Jesus Cristo, mesmo à custa de suas vidas, e muitas delas em tão tenra idade. Vidas marcadas pelo poder do Espírito Santo, vidas que ainda hoje testemunham o poder transformador do Evangelho de Jesus Cristo. Ninguém deve guardar para si esta herança como uma lembrança da circunstância ou conservando-a num museu como se fosse uma jóia preciosa¡±.
O renascimento da Igreja em África
Já em 1993, João Paulo II havia visitado o Santuário de Namugongo, confirmando que o sacrifício daqueles mártires tinha "acelerado o renascimento da Igreja em África". Mas o exemplo de Carlos e os seus Companheiros foi colhido pela primeira vez pelo papa Bento XV, que os proclamou Beatos em 1920, trinta e quatro anos (e não cinquenta, como era previsto) depois daquele sacrifício tão sangrento. Em 1934, Pio XI designou Carlos Lwanga como "Padroeiro da Juventude Cristã de África¡±.
"Eu te levarei pela mão. Se devemos morrer por Jesus, morreremos juntos, de mãos dadas (as últimas palavras pronunciadas por Carlos Lwanga a Kizito, que morreu com ele aos 14 anos apenas)¡±.
Um final que nos questiona
Historicamente, o caso do rei Mwanga II é uma mistura de subidas ao poder, revoltas, perseguições, quedas, compromissos e fugas no período do colonialismo inglês. Mas aquilo que impressiona é a sua morte. Capturado e deportado para as ilhas Seychelles em 1899, diz-se que ele teria morrido depois de se converter ao cristianismo. Ele que, apesar de ter frequentado a escola dos missionários (os chamados "Padres Brancos" do Cardeal Lavigerie), para defender o seu reino da ameaça do Evangelho e conseqüentemente também os seus próprios hábitos dissolutos, decidiu em 1885 desencadear a perseguição. Nesta verdadeira caça ao homem, 200 jovens cristãos foram mortos.
"Nós mesmos estabelecemos, aos 19 de dezembro de 1918, que se possa legitimamente tratar de martírio e da Causa do martírio, e também de indícios ou provas miraculosas, embora não tivessem ainda passado cinquenta anos desde o massacre dos Veneráveis Servos de Deus (Papa Bento XV)¡±.
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