ҽ

2019.04.12 Assembleia da UAR-AUB no Palácio dos Congressos de Marrakech 2019.04.12 Assembleia da UAR-AUB no Palácio dos Congressos de Marrakech 

PALOP - Sensação de marginalização por causa da língua

Os PALOP sentem-se de algum modo marginalizados em várias instituições africanas e não só, devido à questão da língua. Um aspecto sublinhado pelo delegado de Moçambique, Faruco Sadique, em relação à Assembleia Geral da UAR-AUB, realizada em Marrakesh na última semana de Março. Saiba mais sobre o assunto ouvindo também o delegado de Cabo Verde, Seidi dos Santos, e a resposta da Presidente da UAR-AUB, Keitirele Mathapi.

Dulce Araújo - Cidade do Vaticano

O português, língua oficial em cinco países africanos, os chamados PALOP, não é tido em conta em muitos encontros internacionais ou mesmo a nível da África. E foi o aconteceu na recente Assembleia Geral da UAR-AUB, em Marrakech. O delegado de Moçambique, Faruco Sadique, Presidente do Conselho de Administração da Televisão Moçambicana, enfrentou a questão ao falar da plataforma de troca de programas entre os países-membros, AUB-Vision.

Oiça

PALOP sentem-se marginalizados por causa da língua

Convidado a fazer aos nossos microfones uma avaliação dessa Assembleia, Faruco Sadique voltou a falar da questão linguística, um problema na UAR-AUB, organismo que, a seu ver, já funcionou melhor no passado, e no qual Moçambique não está, todavia, em dias com as quotas anuais que cada país-membro é chamado a pagar.

Cabo Verde, um país africano e do mundo 

Já Seidi dos Santos, Administrador Executivo da RTC (Rádio-Televisão de Cabo Verde) não faz da língua um grande problema. Considera que Cabo Verde é um país africano, mas também do mundo, e acha que o país deve apostar mais na UAR-AUB, de cuja 12ª Assembleia Geral em Marrakech saiu bastante satisfeito.

Depois destas constatações, perguntamos à Presidente da UAR-AUB, Keitirele Mathapi se vai pôr em acto algum mecanismo para que haja mais equilíbrio linguístico no seio desta organização panafricana de radiodifusão:

Uma língua oficial africana: swahili

Naturalmente, temos também de reconhecer que na grelha das coisas parece haver mais países francófonos activos e envolvidos. Também nós anglófonos nos sentimos uma gota no oceano. Terá visto que a maior parte das pessoas aqui são de países francófonos, mas o bom disto é que somos africanos. Tenho também que dizer que não são muitos os países de língua portuguesa que tem sido activos. Estou feliz que Angola tenha subido a bordo. E imediatamente depois desta Assembleia Geral vamos procurar pôr de pé mecanismos necessários para tratar da questão das línguas que falamos. Recorda-se certamente  também que a UA tem vindo a falar desde há muito tempo da adopção de uma língua oficial para a África e essa língua é o swahili. Acho, portanto, que indo em frente, quando nos estabilizarmos não será mau usar essas línguas, mas temos também de nos orientar para o desenvolvimento de instrumentos no sentido de ter uma língua africana que possamos usar nesses encontros. Uma língua que seja nossa”.

 

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp

12 abril 2019, 12:09