RD do Congo: Resultados nem verdadeiros nem justos, diz a CENCO
Cidade do Vaticano
Era ainda noite, na quinta-feira 10 de janeiro, quando o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente CENI, Corneille Nangaa, anunciou os resultados provisórios das eleições presidenciais. Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo com 38,57% dos votos é eleito Presidente da República Democrática do Congo. O outro candidato da oposição Martin Fayulu obteve 34,8% dos votos e ficou em segundo lugar, enquanto que Emmanuel Ramazani Shadary, candidato da coalizão do governo, ficou em terceiro lugar com 23,8% dos votos. Resultados imediatamente contestados.
Resultados provisórios não correspondem aos dados recolhidos
"Constatamos que os resultados das eleições presidenciais publicados pela Comissão Eleitoral Nacional Independente não correspondem aos dados recolhidos pela nossa Missão de observação das estações de votação e contagem", reagiu na manhã da quinta-feira 10 de janeiro, a Conferência Episcopal Nacional do Congo, CENCO. O anúncio foi feito pelo Secretário Geral da CENCO, Pe. Donatien Nshole. No entanto, os Bispos congoleses haviam apelado à Comissão Eleitoral Nacional Independente, num relatório de 3 de janeiro de 2019, "para publicar, enquanto instituição de apoio à democracia, e com toda a responsabilidade, os resultados das eleições em conformidade com a verdade e a justiça”.
A publicação dos resultados provisórios das eleições presidenciais de 30 de dezembro de 2018 é a primeira na República Democrática do Congo desde a sua independência em 1960. Um facto, portanto, histórico que a CENCO reconhece, enquanto acredita que "a publicação destes resultados abre o caminho para a alternância no topo do Estado”.
Demonstrar maturidade cívica
A proclamação dos resultados das eleições presidenciais foi seguida por várias manifestações. Entre exultação, contestação e manifestações violentamente reprimidas, os congoleses fizeram-se ouvir neste dia histórico de 10 de janeiro de 2019. Em algumas regiões do País, a polícia já registou mortos e feridos.
Os bispos congoleses, que temem o pior, exortam aos filhos e filhas do País a "demonstrar maturidade cívica" e, sobretudo, "evitar o recurso à violência". "No caso de uma eventual contestação dos resultados provisórios por uma parte, nós a exortamos a usar meios legais segundo a Constituição e a lei eleitoral. A CENCO opta, pois, por um procedimento pacífico para a contestação destes resultados provisórios. E invoca "Cristo, Príncipe da Paz", para que "ilumine os espíritos e acompanhe o País neste período eleitoral”.
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