Seminário de São José está em fase positiva – P. Zé Álvaro
Dulce Araújo – Cidade do Vaticano
A Congregação para o Clero e a Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo organizaram de 16 a 28 de Julho 2018, em Roma, um curso intensivo para Reitores de Seminários dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – PALOP.
O curso debruçou-se sobre a nova “Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis” publicado em 2016 e que procura reorientar os critérios para a formação de sacerdotes (diocesanos), pondo a tónica no conceito de comunhão e no envolvimento interactivo do próprio formando na sua formação. Intuições que o Seminário de São José, de que o P. José Álvaro é Reitor desde 2009, já vinha tendo, mas que é preciso reforçar e interiorizar.
Novo método, bons resultados
Nesta linha, foi reorganizado o acesso ao Seminário por forma a permitir ao candidato ao sacerdócio experimentar antes a vida de comunhão em família e na comunidade. O critério passa assim a ser não tanto os anos de formação no Seminário, quanto o reforço espiritual e actualização cultural e académica do candidato.
Este novo método está, segundo o P. Zé Alvaro, a dar bons resultados. O Seminário tem actualmente 24 candidatos em formação, mas as perspectivas de virem a ser padres é maior do que quando havia uns 80 candidatos.
A promoção vocacional não é ainda o que devia ser – diz o P. Zé Álvaro, encarregado também do Secretariado Diocesano das Vocações - mas o número de sacerdotes (diocesanos e não só) tem vindo a aumentar no país. Na base estão diversos factores que podem ser resumidos em três palavras: promover, ajudar a discernir, acompanhar de perto.
Dar boa água à sede de religião
E o secularismo que parece estar em crescimento em Cabo Verde? – P. Zé Álvaro considera que a situação é um pouco paradoxal: por um lado, as estatísticas apontam para um certo número de indiferentes, mas, por outro, há uma sede de religião, à qual o catolicismo é chamado a saciar com boa água.
Releitura prática
O curso em Roma ajudou o Reitor do Seminário de São José a fazer uma releitura da prática em Cabo Verde, mas o P. Zé considera ser necessária uma conversão estrutural, o que requer mais meios, humanos, sobretudo, para se entrar devidamente no espírito da nova “Ratio”. O documento – frisa – não dá todavia, indicações práticas, deixando isso à criatividade local. O desafio é grande e a ele não escapa o Bispo, chamado a tomar as decisões necessárias para a nova configuração do Seminário que deve ser comunidade interactiva.
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