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Jorge Carlos Fonseca, Presidente da Republica de Cabo Verde, na Sala Marconi, Rádio Vaticano, no dia 1 de Julho de 2018 no lançamento do livro "Itinerários de Amílcar Cabral" Jorge Carlos Fonseca, Presidente da Republica de Cabo Verde, na Sala Marconi, Rádio Vaticano, no dia 1 de Julho de 2018 no lançamento do livro "Itinerários de Amílcar Cabral" 

Do Vaticano saiu reforçada a luta pela independência

O Chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, evocou no dia 1 de Julho, no Vaticano, a celebre audiência do Papa Paulo VI, em 1970, aos líderes da luta pela independencia das colónias portuguesas. Foi no âmbito do laçamento do livro "Itinerários de Amílcar Cabral"; apresentação a cargo de D. Carlos Azevedo e do Dr. José Maria Neves.

Dulce Araújo - Cidade do Vaticano 

Teve lugar no domingo 1 de Julho, na Sala Marconi, da Rádio Vaticano, a apresentação do livro ”Itinerários de Amílcar Cabral”, um livro baseado em postais que Cabral enviava das suas viagens diplomáticas à esposa Ana Maria Cabral e a outros familiares. Presente no acto da apresentação o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, em visita privada à Itália.

Na sua intervenção, o chefe de Estado cabo-verdiano, que aliás prefaciou o livro, sublinhou a simbologia da data escolhida para este lançamento, 1 de Julho, 48º aniversário da célebre audiência que o Papa Paulo VI concedera aos líderes das independências das então colónias portuguesas.

Jorge Carlos Fonseca

Uma audiencia que constituiu um marco importante na história do relacionamento entre a Igreja e os povos africanos - frisou o Presidente de Cabo Verde

Jorge Carlos Fonseca

Jorge Carlos Fonseca recordou ainda que aquela audiência não surgiu como um acto isolado. Na sua base estava o espírito da encíclica do Papa Paulo VI, "Populorum Progressio":

Jorge Carlos Fonseca

O Chefe de Estado cabo-verdiano disse ainda que o esforço da diplomacia de Cabral, que percorreu as capitais europeias e africanas, saiu do Vaticano ainda mais reforçada: 

Jorge Carlos Fonseca

Infelizmente, Cabral não viveu o suficiente para ver os frutos desse esforço diplomático. A 20 de Janeiro de 1973 seria assassinado em Konacri. Mas, dois anos depois, Cabo Verde se tornaria independente e, a 5 de Julho de 2018, comemora 43 anos de independência:

Jorge Carlos Fonseca

A concluir, o Presidente de Cabo Verde sublinhou ainda a importância da diplomacia da solidariedade para a paz e a reconciliação no mundo de hoje. 

Apresentação do livro "Itinerários de Amilcar Cabral" 

O evento do domingo 1 de Julho na Sala Marconi da Rádio Vaticano foi articulado em duas partes. A primeira teve,  para além do discurso do Presidente da República, a intervenção de Mons. Bernard Munono, Oficial  do Dicastério do Vaticano para o Serviço Humano Integral,  que se deteve sobre a encíclica de Paulo VI "Populorum Progressio", e palavras de Franco Ippoliti, Presidente da Fundação Lelio Basso,  empenhada desde há décadas na defesa dos direitos dos povos.  A segunda foi centrada na apresentação do livro “Itinerários de Amílcar Cabral” que esteve a cargo de D. Carlos Azevedo, historiador e Delegado do Conselho Pontifício para a Cultura e do antigo Primeiro Ministro  de Cabo Verde,  Dr. José Maria Neves. 

Para D. Carlos Azevedo, no livro se cruzam, de forma harmoniosa,  os elementos públicos e privados da vida de Cabral. O prelado falou da importância desses postais como documento histórico, na medida em que revelam o humanismo revolucionário que caracterizava Amílcar Cabral.

Cabral, um homem plural...

Quanto ao antigo Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, enalteceu a multiplicidade da pessoa de Cabral que manifesta um amor imenso pela família:

José Maria Neves

O amor de Cabral pela família é um espelho do amor que tinha pelo povo. Ama para lutar e luta para amar – salientou José Maria Neves, segundo o qual Cabral tinha consciência do longo caminho a percorrer nessa luta, e apelava a muito trabalho e à ajuda a todos. 

José Maria Neves

Presença de Ana Maria Cabral e Ndira Cabral

O lançamento do livro “Itinerários de Amilcar Cabral”, foi uma iniciativa conjunta do Coordinamento-Africa da Rádio Vaticano,  da Fundação Lelio e Lisli Basso e da Associação Tabanka Onlus, em colaboração com a Associação "Caboverdemania" e a  Rede Cultural Cabo-verdiana, NCC-CCN.  Para a ocasião vieram a Roma, juntamente com o Presidente Jorge Carlos Fonseca,  a esposa de Cabral,  Ana Maria que, juntamente com Felinto Elísio e Márcia Souto, da Casa Editora "Rosa de Porcelana" organizou o livro. Presente também Ndira Cabral, filha do casal, várias vezes referida nos postais.

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03 julho 2018, 16:49