Uma Igreja pr¨®xima de quem sofre
Cidade do Vaticano
Neste dia 11 de fevereiro, segunda-feira, celebramos o dia de Nossa Senhora de Lourdes e comemoramos o XXVII Dia Mundial dos Enfermos. O Papa Francisco colocou como tema desse ano ¡°Recebestes de graça, dai de graça¡± (Mt 10,8). Ou seja, o voluntariado, a disponibilidade de poder cada vez mais na gratuidade ser essa presença junto aos enfermos. Por isso mesmo, o trabalho dos voluntários nos hospitais e a missão da Pastoral da Saúde está dentro desse tema que o Papa coloca. Neste final de semana até hoje muitas celebrações ocorrem em todos os hospitais de nossa cidade fazendo memória desse dia.
Neste Dia Mundial dos Enfermos, queremos agradecer a Deus por todos os voluntários, tanto dos hospitais e seus trabalhos voluntários, como também da Pastoral da Saúde, que visitam os enfermos diuturnamente, sendo essa presença da Igreja junto aos irmãos enfermos. É um direito do cidadão enfermo ter a assistência de sua religião nesses momentos de fragilidade. Além disso, cientificamente é provada a importância da fé no tratamento das pessoas enfermas.
Junto com os que sofrem pela doença, também fazemos memória de tantas pessoas que perderam seus entes queridos na semana passada, pela pelas chuvas e vento, seja pelo incêndio no centro de treinamento em Vargem Grande, seja pela violência urbana na grande cidade.
A Igreja do Rio se faz presente em todos acontecimentos que marcam e machucam também a grande cidade. Além disso sabemos o quanto cada pessoa sofre com as mais variadas realidades. Para todos somos chamados a ser presença próxima. Agradeço a Deus por tantos voluntários que, por causa de sua fé, se colocam disponíveis para todas as situações: visita aos enfermos, presença junto às famílias, ajuda aos desabrigados, consolo para os que sofrem a perda de entes queridos, luta pela paz em nossa cidade. Tudo vem do encontro com o Senhor na gratuidade do dom e a oferta gratuita da vida para anunciar a vida a tantas pessoas e em tantas situações.
Pedimos a Deus para que cada vez mais possamos encontrar os caminhos da fraternidade, da paz, da segurança e da alegria no Senhor. Neste Dia Mundial do Doente está presente em nossas celebrações a intenção de cada doente, enfermo, voluntário e pedimos a Deus que Maria seja nossa intercessora.
Neste dia de Nossa Senhora de Lourdes nós lembramos o XXVII Dia Mundial dos Enfermos, com tema da gratuidade. E ao mesmo tempo, nessa Eucaristia, colocamos todas as intenções em nossas celebrações de todos aqueles que voluntariamente estão nos hospitais servindo na diversidade de situações não só na saúde, mas também na assistência às crianças aos doentes, aos jovens, aos idosos, como voluntários que existem em nossos hospitais.
Queremos pedir ao Senhor por todos aqueles que trabalham na Pastoral da Saúde, para que sejam sempre mais fortalecidos e que não falte essa presença junto aos nossos irmãos enfermos, tanto nos hospitais, como nas clínicas assim como em suas casas. Tenho visitados muitos hospitais durante o ano, mas nesse dia, todos os bispos e padres juntamente comigo nos diversos locais celebram essa esperança confiante no Senhor da Vida junto a toda essa realidade do mundo da saúde, suplicando também para que as políticas públicas contemplem essa realidade tão necessitada em nosso tempo.
A importância da Pastoral da Saúde que visita os enfermos que estão internados ou estão em clínicas de repouso ou em suas casas levando o consolo da proximidade e presença de Cristo nos faz pedir ao Senhor da messe que aumente o número de agentes e que os responsáveis respeitem o direito do enfermo a ser visitado assim como o da Igreja de visita-los.
É importante a presença da Igreja junto a esses irmãos e irmãs, que nesses momentos de dor e de fragilidade, que tanto bem fazem dando confiança, esperança, no meio das dores e sofrimento, mas também de confiança de poder debelar a doença e poder voltar para suas casas. Por isso, hoje, nós pedimos a Deus por todos os irmãos e irmãs da Pastoral da Saúde da nossa arquidiocese que celebram este dia nos diversos hospitais junto aos enfermos e fragilizados pela doença.
A presença dos sacerdotes nos hospitais como capelães, seja exclusivo, seja o pároco da área é para nós a certeza dos sacramentos pedidos pelos católicos. Neste ano vocacional sacerdotal vemos também a necessidade de ampliarmos essa assistência e presença. E nesta gratuidade, nós recebemos o dom do Senhor e somos chamados à presença na proximidade.
Quantos sacerdotes também nos seus cansaços, tantas situações, e eles estão nestes locais se desdobrando para poder cuidar de todo o povo de Deus, e às vezes estão cansados, também necessitados, mas cuidam das ovelhas do Senhor, que tem esse mesmo sentimento que vai no coração, são ovelhas que necessitam do pastoreio, da presença do pastor para o aconselhamento ou um sacramento.
O incansável trabalho dos padres e agentes da pastoral da saúde ´-e muito importante que faz a diferença na maneira de fazer as coisas, pois, além do profissionalismo daqueles que têm o trabalho de cuidar da saúde, que vem da profissão de cada um, e procura fazer o melhor, também essa proximidade do voluntário que se desdobra para ser uma presença de proximidade e de animo. Isso na gratuidade de quem experimentou a graça de Deus, de graça recebestes, de graça também dai, como é justamente o tema que o Papa Francisco colocou para o Dia Mundial dos Enfermos.
Bendizemos a Deus por todo esse trabalho diuturno da Pastoral da Saúde que é realizado, e, além de pedimos pelos agentes da pastoral, rezemos pelos sacerdotes, para que não faltem as vocações para que nós possamos ter sempre ministros em todos os campos de missão: nas paróquias, nos trabalhos educacionais como também trabalhos da saúde: não faltem sacerdotes disponíveis para cuidar das ovelhas do Senhor. A todos nós agradecemos os voluntários e missionários, que desempenham com muito carinho essa presença amiga de quem não faz proselitismo, mas é uma presença de quem está testemunhando o amor de Deus às pessoas, e ao mesmo tempo querendo ser presença na hora da dor e do sofrimento.
Num mundo secularizado como o nosso, com tantas incompreensões, inclusive, de tantas legislações e decisões em relação à presença da Igreja em tantos lugares, lugares públicos, lugares também de presença coletiva, nós continuamos passando pelo mundo fazendo o bem, podendo anunciar Jesus Cristo e podendo fazer o bem às pessoas por causa dele.
Por isso nessa disponibilidade alegre de quem tu recebeu do Senhor e é uma presença também nesse voluntariado, peçamos a Deus cada vez mais que nunca desanimemos de continuar fazendo o bem, mesmo com todos os entraves da legislação, entraves das dificuldades, que nós passemos pelo mundo servindo com alegria e sendo a presença de Cristo junto às pessoas: por isso nós bendizemos e damos graças a Deus.
É a Igreja presente querendo ser essa proximidade das pessoas para momentos difíceis, somos irmãos, compartilhamos as mesmas preocupações e temos as mesmas esperanças de quem realmente o mundo possa ser melhor enquanto nós temos certeza e aguardamos a vida que virá final dos tempos, Amém.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
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